Prefeitos reforçam luta contra federalização do Porto

Destinado a combater a proposta de transferir a administração dos Portos de Paranaguá e Antonina do governo estadual para o governo federal, o movimento "O Porto é Nosso" está ganhando corpo no Estado com a ajuda dos aliados do Palácio Iguaçu na Assembléia Legislativa.

Prefeitos da região Centro-Oeste do Paraná, reunidos ontem em Curitiba pelo deputado estadual Artagão Júnior (PMDB) apresentaram ao governador Roberto Requião(PMDB) um abaixo-assinado contra o projeto de decreto legislativo aprovado pela Câmara Federal de autoria do deputado federal Ricardo Barros (PP), que propõe a suspensão por noventa dias da autorização para o governo do Estado administrar os portos de Paranaguá e Antonina.

Ao mesmo tempo, sob o comando do deputado Rafael Greca (PMDB) foi lançada na Boca Maldita, no centro de Curitiba, a campanha pela manutenção da administração pública do Porto, com a instalação de uma barraca para a coleta de assinaturas contra o projeto. A barraca vai funcionar das 10 às 18hs até o dia 30 de julho, quando está marcado um ato público em Paranaguá contra o projeto de Barros. Greca pretende encaminhar o documento ao Senado, onde será votada a proposta de Barros aprovada na Câmara. Segundo Greca, ontem foram coletadas em torno de quinhentas assinaturas de apoio ao movimento.

O futuro do Porto será o tema da reunião do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de hoje, dia 21. O encontro terá a participação do procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, representante do governo do Paraná no CAP. A reunião será às 9h, na Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá.

O líder do governo na Assembléia Legislativa, Dobrandino da Silva, disse que, no retorno dos deputados estaduais às sessões a partir do dia 1.º irá mobilizar a bancada aliada para que reforcem a campanha contra a federalização do Porto. "A Assembléia tem que ajudar o governo a levar esta campanha para a população, como foi feito na época da tentativa da privatização da Copel. Nós precisamos que a opinião pública entenda o que está ocorrendo", afirmou. O líder do governo acha que há poucas chances de o Senado aprovar a proposta, mas mesmo assim é necessário fazer um debate público a respeito do destino do Porto.

Transgênicos

O governo do Estado foi surpreendido com a aprovação do projeto de decreto legislativo e acusa Barros, e os deputados pefelistas Eduardo Sciarra e Abelardo Lupion de manobras regimentais e de defenderem a federalização temporária como parte de uma estratégia de privatização do Porto. Conforme as lideranças aliadas ao governo e ao governador, o objetivo seria abrir o terminal à exportação de soja transgênica.

Sciarra e Barros alegam que a intervenção se justifica por irregularidades apontadas no Porto de Paranaguá em relatórios da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e Tribunal de Contas da União. De acordo com os deputados, o fato de o governo impedir o embarque e desembarque de produtos geneticamente modificados também justifica a cassação da delegação já que a administração estadual estaria desrespeitando a legislação nacional.

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