PPS do Paraná adia apoio a Alckmin

O PPS do Paraná decidiu adiar a definição sobre o apoio à candidatura do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que está sendo negociada pela direção nacional do partido, depois da desistência do deputado Roberto Freire em ser candidato à presidência da República. A adesão ao palanque tucano não encontrou unanimidade no Paraná e a direção estadual decidiu discutir mais um pouco antes de oficializar uma posição. A decisão do partido no Paraná será apresentada no encontro do diretório nacional, que será realizado no dia 16, em Niterói, no Rio de Janeiro.

A saída de Freire da disputa gerou descontentamento no Paraná, que vinha apostando na candidatura presidencial para alavancar a eleição dos candidatos à Câmara dos Deputados e Assembléia Legislativa. O partido no Paraná também apostava num entendimento entre o PPS e o PDT nacionalmente. Mas o acordo gorou devido à insistência da direção nacional do PDT em manter a candidatura do senador Cristóvam Buarque, eliminando a possibilidade de um apoio a Freire. No Paraná, a aproximação entre o senador Osmar Dias, pré-candidato ao governo, e o ex-deputado Rubens Bueno, pré-candidato do PPS, também não prosperou.

O deputado estadual Marcos Isfer disse que é aconselhável ampliar o tempo de discussão, permitindo que as diversas posições dos filiados sejam manifestadas sobre o alinhamento do partido a uma candidatura presidencial. "Achamos prematura a retirada da candidatura de Roberto Freire e percebemos que há resistências dentro do partido ao apoio à candidatura do PSDB por aquilo que foi o governo de FHC", disse o deputado. Para Isfer, a decisão precisa amadurecer dentro do partido antes de se tornar oficial. Ele também acredita que existe a possibilidade do PPS seguir um caminho alternativo à polarização entre PT e PSDB. "Acho um equívoco aceitar, antes do segundo turno, o jogo da polarização artificial entre os candidatos de PT e PSDB, duas faces do mesmo projeto, que tenta asfixiar as forças políticas que não cedem aos encantos do poder e do dinheiro, como é o caso do nosso valente PPS", disse Isfer.

Para Isfer, o PPS não é obrigado a definir seus apoios ainda no primeiro turno. "Mesmo que não lance candidato, pode deixar suas decisões de apoio para o segundo turno, quando as propostas econômicas dos dois candidatos serão esclarecidas mais detalhadamente", comentou. Ele disse que o PPS pode dar prioridade ao fortalecimento das candidaturas dos governadores e dos deputados federais e estaduais, para superar com tranqüilidade a cláusula de barreira.

Voltar ao topo