PPS decepcionado com a oposição no Paraná

O PPS do Paraná vai reavaliar sua presença na aliança dos cinco partidos de oposição ao governo do Estado. O partido está descontente com a posição de três dos partidos aliados – PSDB, PDT e PSB – na indicação do irmão do governador Roberto Requião (PMDB) para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas (TC).

O partido, que fechou questão contra a indicação de Maurício Requião para o TC ficou furioso com os votos de 10 deputados do bloco de oposição em Maurício.

?O PPS foi coerente com suas posições. Fechamos questão, comunicamos aos deputados do partido, publicamos a resolução e a protocolamos junto ao TRE?, explica o secretário geral do PPS, Rubico Camargo. Votaram em Maurício Requião cinco dos sete parlamentares do PSDB, três dos quatro pedetistas e os dois do PSB. Apenas o DEM e o PPS não deram nenhum voto a Maurício.

O secretário geral do partido disse que está sendo questionado por muitos filiados sobre a presença da legenda na aliança já que os demais partidos não fecharam questão com a oposição. Rubico Camargo prometeu rediscutir a participação no grupo. ?Não estamos julgando a decisão do partido, pois cada um tem sua autonomia, o que estamos questionando é a nossa posição nesta aliança.?

Para Camargo, a frente de oposição perdeu uma grande chance de mostrar sua força na votação de quarta-feira. ?O nepotismo e desmoralização das instituições públicas foram temas constantes das reuniões dos partidos de oposição. Mas, numa votação como essa, os partidos sequer orientaram suas bancadas. Que oposição é essa??, questionou.

Para ele, a aliança só se fez valer, até agora, para definir o quadro das eleições municipais. ?É natural que as atenções estejam voltadas para as eleições. Mas ontem (quarta-feira) perdi a confiança de que temos um pensamento em comum?, declarou.

O vice-líder da oposição, deputado Elio Rusch (DEM), de outro partido que ninguém votou em Maurício, também lamentou os votos da oposição no irmão do governador. ?Mas como não fechamos questão pela abstenção, não se pode condenar ninguém. O momento é de refletir sobre essa situação para não prejudicarmos nosso projeto maior, que é 2010?, ponderou.

O papel do PSDB também foi questionado pelo presidente nacional da Juventude Popular Socialista (JPS), Maiko Vieira. O presidente estadual do PSDB, e um dos deputados tucanos que se absteve na votação para conselheiro do TC, Valdir Rossoni reconheceu que o PPS ?não deixa de ter um pouco de razão?, mas vê um exagero na reação.

Rossoni disse que o fato de outros deputados do partido terem votado em Maurício será discutido internamente no PSDB. O deputado disse ainda que o partido não fechou questão porque existem prazos estatutários a serem seguidos ?e esse processo foi muito atropelado, ocorrendo antes do previsto?.

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