O PPS realizou durante todo o dia de ontem um seminário de avaliação das eleições. Segundo o partido, o resultado foi positivo, tanto no primeiro como no segundo turno. Cerca de 250 pessoas participaram, entre militantes, políticos e filiados.
A primeira palestra, sobre o Paraná dos próximos quatro anos, foi feita pelo senador e governador eleito, Roberto Requião (PMDB). O encerramento do encontro ficou a cargo do presidente nacional do partido, senador Roberto Freire.
O resultado do seminário será levado para Brasília, na próxima quarta-feira, onde será apresentado em uma reunião nacional do partido. “Além da avaliação eleitoral também vamos projetar um plano estratégico para as eleições municipais de 2004”, adiantou o deputado federal Rubens Bueno, presidente do PPS Estadual. “Nos sentimos vitoriosos politicamente no primeiro turno e eleitoralmente no segundo, porque apoiamos o Requião”, afirmou. “Nossa proposta era limpa, e saímos com uma boa imagem”.
Os preparativos para 2004 começam agora, com trabalhos que serão realizados em 23 cidades. “Estes estarão diretamente ligados com todos os demais municípios. Já está definido que teremos candidatos a prefeito em Curitiba e em pelo menos 23 cidades”, disse. Bueno afirmou que novas filiações ao PPS já estão sendo analisadas, mas que a intenção não é aumentar o partido sem critérios. “Na eleição estadual ele incha, mas na municipal se consolida. Todos os novos filiados, assim como os candidatos, são obrigados a participar de seminários e de cursos de formação política. Para entrar no PPS tem que haver identificação com o partido, e compromisso com a transparência e mudança”.
Segundo Bueno, o partido deverá fazer uma nova edição do Fala Paraná, onde os moradores de todas as regiões do Estado dão sugestões de mudanças, que serão incorporadas aos programas de governo, além de criar 78 núcleos de base em Curitiba, onde serão realizadas reuniões temáticas com a comunidade.
Projetos
A abertura do encontro de ontem teve palestra do governador eleito Roberto Requião sobre o Paraná dos próximos quatro anos. Além de citar alguns de seus projetos de governo, o senador fez uma análise preliminar do Brasil nos últimos anos. “Temos atualmente 54 milhões de pessoas vivendo abaixo do nível de pobreza. Somos a décima primeira potência do mundo, e caminhamos para regredir para a décima terceira”, afirmou.
Segundo ele, os problemas a serem enfrentados são grandes, tanto no plano estadual como no nacional. “A corrupção se estabeleceu no governo do Paraná e na República. O Fernando Henrique Cardoso não é um grande canalha, ele é o grande equivocado do país. Já o Lerner é um idealista. A situação do Paraná é difícil porque o orçamento tem sido fraudado. O Brasil está vivendo uma crise maior que a da Argentina”, opinou.
Requião reforçou a prioridade que será dada à agricultura e à agroindústria. “Temos que garantir condições de sobrevivência com saúde para a população mais pobre”, disse. Ele afirmou ainda que a boa relação que possui com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será muito positiva para o Estado. “Vamos resolver nossos problemas com a parceria que teremos com o governo federal. Este tipo de relação de lealdade vai nos dar muitas facilidades. Não sou do PT, mas sou amigo do Lula há trinta anos”, contou.