PMDB vai hoje a convenção disposto a ter chapa pura

O PMDB do Paraná vai para a convenção estadual do partido, hoje em Curitiba, disposto a homologar uma chapa pura para o governo, encabeçada pelo senador Roberto Requião, reservando ao ex-governador Paulo Pimentel uma das duas vagas ao Senado.

Entretanto, não está descartado um acordo de última hora com o PSDB, que na convenção estadual do partido indicou o vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa, como candidato à sucessão do governador Jaime Lerner (PFL). “Eu gostaria de ter um acordo. O Hermas (o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão, principal articulador tucano da aliança) quer continuar conversando. Estamos abertos para conversar. Se não der, vamos de chapa puro sangue”, afirmou Requião, no final da tarde de ontem.

Enquanto ainda mantinha um canal de negociação com o PSDB, o PMDB tratava de preparar uma chapa sem coligação. A bancada estadual do partido passou boa parte da tarde reunida no diretório regional tentando chegar a um acordo sobre a indicação de um deputado para a vaga de vice. O mais cotado era o deputado Orlando Pessuti, ligado ao setor agropecuário, e que poderia reforçar a chapa junto ao eleitorado do Interior.

A possibilidade que se discutia ontem era de formalizar hoje apenas as candidaturas de Requião e Paulo, deixando para amanhã a definição da vice e da outra vaga ao Senado. ” Nós queremos esgotar todas as possibilidades de estabelecer alianças. E isto não é medo de chapa pura. É que consideramos que, se pudermos agregar outra força, será positivo”, afirmou Pessuti.

Depois de uma quinta-feira na qual o acordo entre PMDB e PSDB era tido como improvável, as conversas entre os dois partidos ganharam uma sobrevida ontem após um café da manhã, na casa de Requião, que reuniu o senador e Hermas Brandão. Nenhum dos dois confirmou a presença do ex-governador José Richa no café, como chegou a se cogitar. O impasse nas negociações permanece o mesmo: tanto o PMDB como o PSDB não querem abrir mão da cabeça de chapa.

Espera

Atento ao desenrolar das negociações entre tucanos e peemedebistas, o PFL marcou para o final da tarde de hoje uma reunião da Executiva Estadual que vai definir o nome do indicado a vice-governador na chapa de Beto Richa. Quanto à candidatura ao Senado, para a qual está inscrita a vice-governadora Emilia Belinati, ainda não se tem uma decisão sobre o preenchimento da vaga. Caso o PMDB e PSDB não entrem em acordo, o PFL fica com a vice e uma das vagas ao Senado. A outra deve ser indicada pelo PSDB.

Estratégia dos tucanos

Segurança e geração de emprego deverão ser os temas centrais da campanha deste ano para o governo do Estado. Quem garante é o presidente da Câmara de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB). Ele e os outros nove vereadores tucanos estão se articulando para dividir a cidade em regiões e apresentar o candidato tucano Beto Richa às suas bases.

“Nosso candidato é jovem e a uma das temáticas fortes da campanha deverá ser justamente este apelo, de ofertas de trabalho para os jovens, que buscam local para trabalhar, e assim começar a construir suas vidas”, define Derosso.

O PSDB tem a maior bancada da Câmara, com dez vereadores. Desses, dois saem candidatos: Rui Hara (deputado federal) e Ailton Araújo (deputado estadual). Existe a possibilidade de uma terceira candidatura, pleiteada por Ney Leprevost, por enquanto indefinida. O trabalho que está sendo feito agora é de mapear as regiões da cidade, de acordo com a base de cada um. “Cada vereador vai levar o Beto até as suas bases, conseguindo assim o encorpamento da sua campanha”, estima.

Os tucanos estão de olho no potencial do colégio eleitoral de Curitiba e região metropolitana, o maior do Paraná, com cerca de 1,2 milhão de eleitores, ou 1/3 dos votos. O candidato que sair vitorioso daqui, dá um passo decisivo na eleição.”O Beto tem um apoio forte no interior do Estado, que só tende a crescer. Na convenção contamos 200 prefeitos e cerca de mil vereadores. Quando a iniciar a campanha, temos que fazer esse apoio passar das lideranças para o eleitor”, comenta.

Eleição híbrida

O presidente da Câmara avalia que este ano a eleição será diferente. “Temos três candidatos até agora e esta é a primeira vez que partidos que não têm afinidade ideológica, estão se aliando. O único que mantém a integridade da social democracia é o PSDB”, compara. Ele destacou também que temas locais, estaduais e nacionais tendem a se intercalar. “O candidato ao governo precisa ter isso em mente: a valorização do Paraná, como potência agrícola e agora industrial, e, também questões de segurança e geração de emprego”, reafirmou.

Voltar ao topo