PMDB do Paraná pode apoiar Ciro Gomes

Com a justificativa de que o PMDB não pode se contentar com a posição de suporte eleitoral para a candidatura da ministra da Casa Civil à presidência da República, Dilma Rousseff, a executiva estadual do partido recepcionou a proposta de apoio à candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB) à sucessão do presidente Lula.

A idéia, apresentada pelo deputado Nereu Moura em reunião realizada em Curitiba, será analisada pelo partido, disse o presidente do diretório estadual, Waldyr Pugliesi.

A oferta de apoio a Ciro é o troco dos peemedebistas do Paraná ao chamego entre petistas e a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo. O PMDB não aceita coadjuvar a candidatura do pedetista, que disputou o governo em 2006 com o governador Roberto Requião (PMDB).

“A proposta do Nereu mostra o descontentamento da organização partidária sobre como as coisas estão acontecendo. Estão vendo a gente, aqui, como formadores de palanques e não é bem assim”, afirmou Pugliesi.

O PMDB entende que o simples apoio a Dilma Rousseff não ajuda o partido no Estado, já que o PT deu todas as demonstrações de que não troca a aliança com o senador Osmar Dias pelo apoio ao vice-governador Orlando Pessuti (PMDB), pré-candidato que o partido tenta construir para a sucessão de Requião.

“O PMDB tem uma candidatura própria e nós temos os nossos interesses. Vamos fazer palanque para a Dilma e daí? Como ficamos nós, partido?”, questionou o presidente do PMDB.

Devagar

Como o PMDB do Paraná está indo na contramão do presidente nacional, Michel Temer, que trabalha para compor a chapa com a ministra Dilma Rousseff, Pugliesi disse que pretende conversar com o dirigente nacional da sigla.

“Eu vou dizer a ele que se ele quer se acertar com o governo, como é que ficamos no Paraná? As coisas não podem ser assim. Vou me dirigir ao Temer pedindo calma”, protestou.

Para Pugliesi, uma conciliação dos interesses entre PT e PMDB é possível desde que haja o que chamou de uma “obra de engenharia política”. Para Pugliesi, não haveria problemas para o PT se pudesse ter dois palanques para a ministra no Paraná. Um deles, com o PT apoiando a candidatura de Pessuti ao governo, e o outro, formado pelo senador Osmar Dias (PDT).

A proposta de alinhamento à candidatura de Ciro Gomes já foi levada ao governador Roberto Requião (PMDB). De acordo com Moura, Requião apenas ouviu e não comentou a possibilidade.

“Mas no partido, muita gente aprovou e gostou”, disse o deputado. Um setor do PMDB procura manter distância da discussão sobre aliança com Ciro Gomes. É o grupo que prefere subir ao palanque do PSDB no Paraná e oferecer seu apoio ao candidato tucano à presidência da República, o governador de São Paulo, José Serra.