Planalto desiste de unificar candidatura governista

Foto: Agência Brasil
Ministro Tarso Genro: ?Não vivemos no governo nenhum momento dramático?.

O Palácio do Planalto desistiu de tentar unificar os deputados aliados em torno de uma só candidatura para a presidência da Câmara e fazer com que um dos candidatos de sua base de apoio – Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) – desista de concorrer. Em rápida entrevista depois de um encontro com prefeitos, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que gostaria de ver um só candidato, mas que o confronto ?faz parte da história democrática do Congresso Nacional?.

?Acho que ninguém pode ficar abalado com a disputa. Vai ter uma disputa e vai ter um resultado. E todos nós estaremos subordinados ao resultado?, afirmou o presidente. ?O Poder Legislativo é autônomo. Vocês sabem da relação que eu tenho com o Aldo, com o Arlindo. Eu trato os dois como filhos. Eu nunca vou a favor de um filho, vou sempre tentar uma conciliação.?

Lula manifestou a esperança de que a disputa não crie dificuldades para a montagem de sua base para o segundo mandato. ?Não tem problema na coalizão. Eu gostaria que eles se colocassem de acordo e tivessem um único candidato. Não foi possível, vamos esperar o resultado?, disse. ?Eu acho que o Congresso tem consciência do papel que joga na política nacional. Por mais que tenha tido divergência, o Congresso sempre aprovou as coisas que são importantes para o País e acho que vai continuar aprovando.?

O presidente evitou comentar o lançamento de uma terceira candidatura, a do deputado Gustavo Fruet (PSDB-SP), feito por um grupo de parlamentares que não apóia nenhum dos candidatos da base governista. Mas o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que a iniciativa não deverá ameaçar a estabilidade na Câmara.

?Não vivemos no governo nenhum momento dramático. A base tem dois candidatos fortes, que têm estatura política, moral e ética para disputar. Os partidos é que têm que se entender, porque os dois candidatos são muito bons. Nenhuma candidatura ameaça a estabilidade da Câmara?, disse.

Tarso garantiu que o presidente não vai chamar Aldo e Chinaglia novamente para conversar, como fez há cerca de um mês. Na época, o presidente chegou a tentar convencer um dos candidatos a trocar a disputa por um ministério, mas não teve sucesso. Tarso afirmou que Rebelo e Chinaglia são ?dois homens sérios, excelentes candidatos e o que existe é uma disputa política interna da Câmara dos Deputados?.

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