A Polícia Federal (PF) apreendeu ontem, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, cerca de duzentos títulos eleitorais, que estavam guardados na empresa de transportes Expresso Azul. Os títulos estavam com o gerente da empresa, vereador Claudinei Reginaldo (PFL). A chefe do cartório eleitoral local, Ana Izelda Ferreira, teria autorizado a entrega. Os documentos foram repassados ao vereador pelo funcionário Emílio Akim Filho.
Ao ser informada da denúncia, a juíza eleitoral expediu um mandado de busca e apreensão, que foi cumprido pela Polícia Federal. No escritório da empresa foram recolhidos 72 dos 190 títulos. Claudinei alegou em seu depoimento que estava com os títulos para evitar que funcionários perdessem tempo na fila, já que este é um período de grande movimento no cartório.
Os títulos são válidos, e foram emitidos de forma correta. O problema é que apenas a Justiça Eleitoral está autorizada a fazer a entrega de títulos eleitorais. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) irá averiguar agora a participação de funcionários do cartório no caso, e tomar as providências. Mas o processo de investigação e possível denúncia vai ser feito pelo Fórum de Pinhais.
Segundo a Polícia Federal o inquérito só será aberto se a juíza ou o promotor eleitoral do município julgar que houve crime. No entanto ao menos uma irregularidade foi já pode se constatada. De acordo com o artigo 340, do Código Eleitoral, guardar material da Justiça Eleitoral é crime, e prevê reclusão de até três anos. Até agora ninguém foi preso. (FP)