Palácio Iguaçu enfrenta impasses na equipe

O Palácio Iguaçu está fechando a semana envolto em discussões sobre a escolha dos substitutos para mudanças compulsórias na equipe do terceiro mandato do governador Roberto Requião (PMDB). Ontem foram fechados três dos quatro nomes dos novos diretores da Ceasa (Centrais de Abastecimento do Paraná). Assumem: como diretor-presidente Antonio Comparsi de Mello; como diretor administrativo-financeiro, Nilson Pohl; e como diretora técnica, Vera Niedzieluk. Até a noite de ontem ainda não se conhecia o nome do novo diretor de Agronegócios.

Agora, persiste o impasse envolvendo o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, demissionário há mais de uma semana e há quatro dias sem comparecer ao trabalho, à espera de uma posição do governador Roberto Requião (PMDB).

A nomeação da nova diretoria deve estancar parte das especulações sobre as denúncias que geraram a queda de toda a diretoria da empresa. Anteontem, o governador ordenou o afastamento de toda a diretoria, que estava fragilizada depois que Requião determinou a realização de uma auditoria para apurar acusações de irregularidades na aplicação de reajustes salariais. O secretário afirmou que os nomes dos novos diretores deverão ser aprovados na reunião do Conselho de Administração da empresa, marcada para a próxima segunda-feira, dia 12.

Intrigas

Foto: Arquivo

Xavier: divergindo.

A solução para o caso de Botto de Lacerda é menos simples. O procurador deixou vazar para os meios de comunicação uma carta em que sugere estar sendo perseguido por grupos internos. Entre os desafetos estariam o advogado Pedro Henrique Xavier e a família Delazari, o pai e corregedor-geral do Estado, Luiz Carlos, e o filho e secretário de Segurança, Luiz Fernando.

O Palácio Iguaçu não se posicionou oficialmente e o procurador abandonou o trabalho. A preocupação agora é que, enquanto Botto espera por uma manifestação de Requião, prazos de ações importantes para o estado estão correndo, algumas delas acompanhadas pessoalmente por ele.

O conselheiro da Sanepar, Pedro Henrique Xavier, afirmou que não acredita que o pedido de demissão de Botto de Lacerda esteja relacionado ao ?caso Pavibrás?, como tem sido apontado pela mídia. ?Essa questão aparece na imprensa como sendo o pivô do pedido de demissão. Não vejo como isso possa estar causando algum tipo de problema?, disse. A companhia ganhou uma licitação para fazer obras no litoral no fim do governo Lerner, sendo necessários posteriores reajustes contratuais, no valor total de aproximadamente R$ 41 milhões.

No ano passado, aprovação de um reajuste contratual para a Pavibrás, foi motivo de divergência entre Xavier e Botto. Para Xavier, o procurador-geral tem o controle do conselho da Sanepar e tem muito poder de decisão. Pelo estatuto da Companhia, elaborado por ele próprio e por Botto de Lacerda, gastos acima de R$ 100 mil reais precisam do aval do Conselho para serem efetuados.

Ontem, aliados de Requião na Assembléia Legislativa já citavam nomes para entrar no lugar do atual procurador-geral. Entre eles, o do presidente do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), Carlos Frederico Marés. Foi Marés quem indicou Botto de Lacerda a Requião, em 2003. Outro nome cotado é o do professor universitário e procurador Luiz Edson Fachin, que já constou em lista para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. 

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