Orlando Pessuti, o vice virou primeiro-ministro

Descrito como o mais leal dos companheiros pelo governador Roberto Requião (PMDB) e já somando vinte interinidades no Palácio Iguaçu, do mandato anterior, o vice-governador Orlando Pessuti foi escalado para exercer neste governo o papel que pode levá-lo a se credenciar para ser o sucessor de Requião em 2010 pelo PMDB.  

Encarregado por Requião de ser o coordenador do conselho revisor, Pessuti começou a discutir na semana passada com cinco outros secretários qual é o papel do conselho e até onde vai sua autonomia para intervir na ação de outros auxiliares do governador.

Formado pelos secretários de Planejamento, Ênio Verri, Administração, Maria Marta Lunardon, Fazenda, Heron Arzua, e Casa Civil, Rafael Iatauro, o conselho foi concebido para atuar como controle interno do governo. ?Nós estamos conversando ainda para saber exatamente se esse conselho vai ter poder para analisar, recomendar ou se apenas vai fazer o acompanhamento. O importante é que não haja conflito de competência e que eu não me transforme num inquisidor. Nem sirvo para esse papel?, explicou o vice-governador, citando que a Casa Civil, por exemplo, já monitora todas as ações do governo.

Por enquanto, o governador pediu que Pessuti coordene o trabalho, em conjunto com as demais secretarias. Mas o grau de autonomia do conselho ainda não está definido, disse o vice-governador. Seja lá qual for o alcance do poder do conselho, Pessuti vai estar em contato direto com todas as áreas do governo e poderá apontar defeitos e méritos em programas e ações. Mas o que mais o atrai na nova função, é que será um exercício que, ao final de dois ou três anos, vai lhe proporcionar uma visão completa e profunda do funcionamento do governo. Uma qualidade que pode ser decisiva na hora da escolha do próximo candidato ao governo pelo PMDB.

Pessuti admite que o tema tem feito parte das conversas informais dos peemedebistas. ?Se já estão discutindo quem vai ser o sucessor do presidente Lula, nós também podemos ter nossas conversas. Mas a nossa pauta primeira é a disputa municipal do próximo ano. Estamos debatendo a reestruturação do partido porque consideramos fundamental ter a prefeitura de Curitiba e ganhar as maiores cidades do estado?, disse o vice-governador, apontando que o desempenho eleitoral do PMDB no próximo ano pode tornar mais fácil ou mais difícil o processo eleitoral de 2010.

Competição

Para Pessuti, o PMDB tem nomes que não ficam nada a dever para as opções do PSDB, PT e outros partidos. Ele, o presidente estadual do PMDB, Renato Adur, e o deputado estadual Caíto Quintana podem ser os representantes do partido em 2010, com plenas condições de vitória, disse o vice-governador. ?São nomes que têm condições de disputar uma eleição majoritária. Não vejo que o Beto Richa, o Gustavo Fruet, a Gleisi Hoffmann ou o Rubens Bueno tenham mais condições administrativas e políticas, mais experiência que um Renato Adur, um Pessuti ou um Caito. Eles não são melhores que nós e o PMDB terá um candidato ao governo?, comentou.

O vice-governador afirmou que sua meta imediata é adquirir plenas condições de assumir o estado, se daqui a três anos Requião se afastar para disputar as eleições. ?Disputar ou não uma eleição é conseqüência desse trabalho que desenvolveremos ao longo destes quatro anos. É aí que vamos construir ou não as condições políticas e eleitorais para pleitear uma reeleição, se a legislação permitir?, afirmou.

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