Se aplicada, a decisão do TSE considerando que o mandato pertence ao partido e não ao eleito irá atingir apenas dois deputados na Assembléia Legislativa: Geraldo Cartário, que deixou o PMDB e se filiou ao PSDB, e Fábio Camargo, que no início do ano, trocou o PFL pelo PTB. Camargo disse ontem que está pronto para voltar ao PFL se for obrigado a se submeter à determinação do TSE. Cartário está licenciado do mandato. O vice-presidente estadual do PMDB, Luiz Claudio Romanelli, afirmou que a situação do deputado será analisada. ?Esta é uma questão para ser discutida à luz da decisão do TSE pela executiva estadual?, afirmou.
Na Câmara dos Deputados, a decisão do TSE pode atingir os deputados Airton Roveda, Ratinho Junior e Hidekazu Takayama. Após ser eleito pelo PMDB, Takayma se filiou ao PAN, e Roveda, eleito pelo PPS, se transferiu para o PR, partido que mais aumentou a bancada após a disputa eleitoral de 2006. Takayama e Roveda foram procurados pela reportagem de O Estado mas não retornaram às ligações.
Ratinho Junior também foi eleito pelo PPS, mas migrou para o PSC com o objetivo de disputar a prefeitura de Curitiba no ano que vem. Ratinho Junior foi empossado recentemente como presidente estadual da legenda. Segundo sua assessoria, o deputado entende que como foi uma consulta ao TSE e não uma decisão, a situação ainda não está definida. A assessoria informou que, politicamente, Ratinho Junior não tem problema com a decisão já que recebeu mais de 205 mil votos, número suficiente para se eleger sem a ajuda dos votos de legenda.
O PPS anunciou ontem que vai buscar os meios legais para reaver as oito vagas dos deputados federais que deixaram o partido e empossar os suplentes. No caso de os suplentes assumirem as cadeiras dos que deixaram o partido, os paranaenses Marcos Isfer (PPS) e Luciano Pizzatto (PFL) serão os beneficiados. No caso do ex-peemedebista Takayma, quem pode assumir é André Zacharow (PMDB).
Sem vereadores, o PMDB de Curitiba vai encaminhar pedido de declaração de vaga à Câmara Municipal e ao Tribunal Regional Eleitoral. Segundo o secretário-geral do PMDB estadual, João Arruda, o partido tem o direito de exigir a posse imediata dos três suplentes no lugar dos vereadores que saíram do partido. Arruda disse também que o PMDB irá reivindicar a fidelidade em todos os municípios paranaenses. Como o PMDB fez parte de uma coligação com outros seis partidos em 2004, quem assumiria o lugar dos vereadores seriam os suplentes Adenival Gomes (PT), Márcia Schier (PMDB) e Francisco Garcez (PT).
Salumuni e Torquato, entretanto, acreditam que a decisão do TSE valerá somente a partir de agora. Além dos peemedebistas, outros sete vereadores também trocaram de partidos após as eleições de 2004.