Nelton adia decisão sobre vaga na Câmara

O diretor de Coordenação da Usina de Itaipu, Nelton Friedrich, adiou para a próxima terça-feira, dia 2, a decisão sobre sua posse como suplente de José Janene (PP) na Câmara dos Deputados. Friedrich disse que vai decidir se substitui Janene somente depois de conversar com o presidente da Câmara, Aldo Rabelo (PC do B). O encontro estava marcado para anteontem à noite, mas foi transferido para a próxima semana devido à participação de Rabelo, no mesmo horário, na posse da ministra Ellen Gracie na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).

Friedrich está fazendo suspense sobre sua decisão desde quarta-feira passada, quando o presidente da Câmara anunciou que havia sido negado o pedido de aposentadoria por invalidez de Janene e que daria posse ao suplente. Friedrich concorreu à Câmara dos Deputados em 2002, pelo PDT, que fez uma coligação com o partido de Janene, em torno da candidatura ao governo do senador Alvaro Dias, que era filiado então ao PDT.

Ex-deputado federal, Friedrich está filiado ao PV e não irá concorrer novamente à Câmara dos Deputados. Ele não deixou o cargo no final de março, prazo final estabelecido pela Justiça Eleitoral para que os ocupantes de cargos no Executivo se afastassem para concorrer às eleições de outubro.

Não sendo candidato, Friedrich está em dúvida se deixa a direção da Itaipu para assumir um mandato, que já está quase no final. Ontem, ele afirmou que uma avaliação realista permite concluir que serão apenas mais dois meses de trabalho efetivo na Câmara. "O Congresso tem mais dois meses de atividades normais. Depois, começa a campanha eleitoral e o ritmo é outro. Começa um recesso branco. É uma situação frágil e capenga e, por isso, estou pensando", justificou.

Friedrich nega que esteja hesitando em decidir em função de possíveis pressões do governo para não perder um aliado em plenário. O terceiro suplente da coligação, o pastor Irineu Rodrigues, que também concorreu pelo PDT, está atualmente no PPS, partido que faz oposição cerrada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Não tem nada a ver. É que esta novela já está completando seis meses e tenho que analisar", afirmou Friedrich, referindo-se ao fato de que Janene, antes de se licenciar para tratamento de saúde, cogitou renunciar devido ao seu envolvimento nas denúncias do mensalão. 

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