Minc pede desculpas a governador de Pernambuco

Dois dias depois de ter classificado de "imoral" acordo realizado entre o governo de Pernambuco e as 24 usinas de açúcar do Estado – multadas em R$ 120 milhões pelo Ibama por desmatar a mata atlântica – o ministro do Meio-Ambiente, Carlos Minc, pediu desculpas.Em carta enviada na noite de anteontem ao governador Eduardo Campos (PSB), o ministro disse ter sido "induzido ao erro" por um técnico do ministério, a respeito do Termo de Compromisso firmado entre o governo e o setor sucroalcooleiro.

O acordo, assinado em setembro do ano passado, estabeleceu o plantio, por cada usina, de seis hectares/ano de mata ciliar com espécies da mata atlântica, por três anos. O pedido de desculpas foi formalizado depois que o governador expressou sua indignação pela acusação do ministro, por telefone, ao chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ao presidente Lula e ao próprio Minc.

Na carta, enviada pela internet, Minc elogiou o acordo "que garantiu complemento de renda aos trabalhadores que plantam mudas e comprometeu os usineiros com o início de reflorestamento de áreas que foram historicamente devastadas" e reconheceu "o engajamento histórico do governador Eduardo Campos junto aos trabalhadores, à legalidade e ao meio ambiente".

As declarações do ministro já haviam provocado reação do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), ex-governador de Pernambuco, que usou a tribuna do Senado para chamá-lo de "mais novo aloprado do governo". É que o pacto "imoral" foi atribuído pelo ministro ao seu governo, mas foi realizado no governo de Eduardo. Para Jarbas, Minc quis politizar e partidarizar e terminou fazendo "insinuações maldosas" contra um governo aliado do governo federal. O ministro também pediu desculpas ao senador, a quem declarou admiração.

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