Mais um pedaço da história

É bom esclarecer as razões pelas quais estamos contando a história deste partido político. Além de uma luta incansável, mas vitoriosa, o PMDB está na ordem do dia. Os seus líderes pretendem reestudar o relacionamento com o governo federal. Apóiam ou não apóiam o governo de Lula. Eis a questão. Alguns querem permanecer juntos com o PT. Outros querem exatamente o oposto. Oposição. Mas, há os que querem o meio termo. Tiram proveito do governo e não se comprometem, prometendo no Congresso votar os projetos de interesse da Nação. O PMDB está desorientado e em desacordo com a sua tradição de combate.

VOLTAMOS À MUDANÇA DE NOME – De MDB para PMDB já dissemos ontem. Mais um esclarecimento. A determinação do ato arbitrário, era que as agremiações políticas tivessem um nome no qual, obrigatoriamente, o pré-nome seria “partido”. Assim foi. A partir daí, o PMDB consagrado nas urnas enfrentou o governo Geisel nos seus estertores e bravamente, em especial, nas discussões parlamentares, contestou durante seis anos o presidente João Figueiredo. Não lhe deu trégua e entrou firme na campanha das diretas já. Esta guerra não terminou como desejavam, mas ensejou uma eleição indireta, tendo como vitorioso o político mineiro Tancredo Neves, que já não era mais do partido, mas, emplacou o vice, o então senador José Sarney.

A NOVA ETAPA – Tancredo eleito. Por infelicidade, não pode tomar posse. Doença grave que o levou à morte não permitiu que ele assumisse o mandato. Precedeu a posse uma discussão de quem ocuparia o posto, que se supunha em caráter provisório. O presidente da Câmara Ulysses Guimarães ou o vice, ambos do mesmo partido. Decisão tomada. Sarney o novo presidente. Ficou no poder por cinco anos, com apoio total de seu partido, que se desprestigiou concedendo-lhe um ano a mais de mandato. Uma peculiaridade desse governo, que passou para a história: Sarney governava o país, mas, quem mandava mesmo era Ulysses Guimarães, coincidentemente, presidente da Câmara e do partido.

CONSTITUINTE – Instalou-se a Constituinte. Nos dois primeiros anos, um grupo se formou, para preparar um esboço da Nova Carta Magna. Desse grupo, grandes peemedebistas da época: Mário Covas, José Serra, Fernando Henrique Cardoso, José Richa. O esforço notável resultou no restabelecimento total da ordem democrática no País. Ulysses gritava, na sessão solene de promulgação, que aquela era a “Constituição Cidadã”, garantidora de direitos que jamais deveriam ser derrubados.

SITUAÇÃO DE HOJE – Fora do poder na área federal. Falta de grandes líderes em disponibilidade, já que os melhores exercem mandatos executivos. O partido de tantas vitórias cai para posição secundária. Não é mais comandante. Os líderes hoje são PT e PSDB. Eles vão disputar a presidência. O glorioso ficou caudatário.

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