José Dirceu nega propina para petebistas

Curitiba e São Paulo – O ministro da Casa Civil, José Dirceu, afirmou ontem que não falará sobre as denúncias publicadas na edição desta semana da revista Veja. Segundo ele, as acusações já foram respondidas na própria reportagem, que ouviu o tesoureiro do partido, Delúbio Soares.

A reportagem da revista Veja desta semana afirma que o PT ofereceu R$ 150 mil para cada deputado, material de campanha e cargos para o PTB apoiar as candidaturas petistas nas eleições municipais. O valor total do “negócio” seria R$ 10 milhões.

Entre os cargos negociados estariam a superintendência do INSS em São Paulo e Goiânia, cidade onde o partido está apoiando os petistas. O acordo teria sido negociado pelo deputado Roberto Jefferson e pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu. O dinheiro seria retirado do caixa do PT e não há informações de que algum centavo estivesse saindo dos cofres públicos.

A for malização do acordo, diz a revista, teria ocorrido em junho, na sala de reunião do terceiro andar do Palácio do Planalto. No encontro entre Dirceu e Jefferson estaria também José Genoino, presidente do PT. O contato, a partir daí, seria feito entre os tesoureiros do PT, Delúbio Soares, e do PTB, o paranaense Emerson Palmieri.

Elogio

Na reportagem, Delúbio Soares afirma por meio de sua assessoria que o acordo foi político e não pecuniário. O presidente do PT, José Genoino, negou que o acordo envolva pagamento de aluguel, carros ou comitês ou dinheiro vivo. “Não mexo com esse tipo de assunto”, afirmou.

Dirceu afirmou que a decisão do presidente do Senado, José Sarney, de investigar o vazamento de informações da CPI do Banestado, “foi a melhor coisa que aconteceu” e que “é evidente que tem que investigar”. Sobre as investigações em torno da família do senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE), o ministro afirmou:

“Estão querendo me provocar, mas vou ficar quietinho. O Aloizio Mercadante, que é líder do governo, é quem vai tratar. Isso é um factóide eleitoral. Agora, estou preocupado em fazer a campanha do partido”, disse, sem querer adiantar o teor da defesa que será feita.

Sobre a possibilidade de o partido mudar a estratégia eleitoral e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participar das campanhas nas capitais, especialmente em São Paulo, Dirceu negou que ocorrerá. “O presidente não está fazendo campanha em nenhum lugar; no caso de São Paulo, ele apenas participará da inauguração de uma obra. Não há mudanças na estratégia”, disse.

Antes da passeata, que reuniu cerca de mil pessoas, segundo a Polícia Militar, policiais prenderam dois jovens que distribuíam panfletos apócrifos com a mensagem: “José Dirceu, Vanhoni, Waldomiro Diniz, tá na hora de ser feliz $$$$$$. Que bicho vai dar?. 13 dá azar”.

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