Jornais argentinos destacam perspectiva de um governo Lula

O jornal argentino ?Página 12? repetiu a dose de ontem (26) e estampou novamente em sua capa uma manchete em português: ?Tristeza, sim, tem fim?, com uma foto de Lula sorridente e um texto que diz que ?segundo todas as pesquisas, o candidato do PT se converterá hoje no presidente com mais votos da história do Brasil. Vai necessitá-los para seu projeto de dar trabalho e comida a milhões de famintos, unir o Brasil como nação e colocar-se frente à negociação continental com Estados Unidos?. O jornal traz uma entrevista exclusiva com Lula, numa cobertura sobre as eleições brasileiras que ocupou o espaço de seis páginas inteiras da edição deste domingo.

        ?Página 12? também traz entrevistas de diferentes líderes políticos mais progressistas e de oposição para opinar sobre as alianças feitas por Lula, principalmente sobre a escolha de um empresário para ser companheiro de chapa. Também analisa a possibilidade de se construir na Argentina, um partido como o PT. O jornal reproduz a entrevista do candidato petista à ?Carta Capital? ,a qual destaca que ?Lula quer negociar com os Estados Unidos sem deixar a Argentina?. ?Página 12? ainda afirma em matéria de opinião que ?hoje começa outra história? para o Brasil e para a América Latina, e publica entrevista com o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP)que fala sobre a dívida externa brasileira.

        O ?La Nación? também dá capa para Lula, que aparece dando gargalhada e segurando um bolo de aniversário com sua própria caricatura como jogador de futebol e a camisa número 13. Ao fundo, Benedita da Silva, governadora do RJ e Marta Suplicy, prefeita de São Paulo. ?Lula pode fazer história no Brasil?, diz a manchete, cujo texto destaca que ?pela primeira vez em 42 anos um presidente eleito pelo voto direto transmitirá o cargo a outro presidente?.

        O ?La Nación? dedica uma página e meia à cobertura da eleições em quatro diferentes matérias, dentre as quais concede um pequeno espaço ao candidado ?Serra: perserverante, antipático e incansável?, diz o título.

        Em uma matéria analitíca sinaliza que apesar de Lula não ser ?um improvisado na política, ainda não tem dado provas de uma talento semelhante na ação de governo?. O texto destaca que ?Lula é um produto de uma experiência prática de conflitos , negociações e consensos. Graças à estes antecedentes tem consumado uma dramática alternância no sistema político brasileiro?. Todos os jornais já dão a vitória de Lula como um fato consumado, também fincam pé em destacar a inusitada situação de se eleger para Presidente um operário que perdeu outras três eleições anteriores. Os jornais ainda mostram as dificuldades que o Brasil enfrenta com a pobreza , a dívida externa, a fome e os desafios da política econômica que Lula terá que vencer.

        ?Clarín? publica reduzido espaço em sua capa para as eleições com uma pequena foto de Lula e o comentário de que o candidato está chegando perto de ser o Presidente do Brasil e que será o primeiro operário a ocupar este posto. O jornal publica três páginas sobre o assunto com os seguintes títulos: ?Hoje se vota no Brasil e Lula se encaminha à Presidência?; ?hábil negociador com capacidade de liderança?; ?uma enorme dívida social, a herança do futuro governo?; ?Serra, o homem de uma cara só?; ?Argentina é parte da solução?. Esta última com entrevista de Luiz Dulci, ?um dos dirigentes do círculo íntimo de Lula?, diz ?Clarín?.

        O jornal faz um repasse sobre as últimas pesquisas, o segundo turno, a disputa entre Serra e Lula, a fome no Brasil, perfis dos candidatos, com especial ênfase à Lula e à curiosidade sobre as duas datas de seu aniversário. ?Clarín? o trata de ? negociador habilidoso e com estilo de liderança?.

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