Câmara de Curitiba

Investigado também pela polícia, Volkmann pede licença

Pressionado pelas denúncias de nepotismo e fraude no Cartão Qualidade, o vereador Odilon Volkmann (PSDB) pediu, na manhã desta quinta-feira (1º), licença do mandato na Câmara Municipal de Curitiba por 30 dias. Nesta quinta-feira também, a Polícia Civil anunciou a instauração de inquérito para apurar a irregularidade financeira cometida no supermercado de propriedade do parlamentar.

Na nota oficial divulgada na manhã desta quinta, Volkmann informou que solicitou a licença “visando preservar a Câmara de Vereadores de Curitiba, seu partido político, seus familiares e, principalmente, a sociedade e seus eleitores”.

“Por conta das denúncias apresentadas em reportagens e periódicos locais, demonstrando sua mais completa boa-fé e confiando plenamente no Ministério Público do Estado do Paraná e na Polícia Civil para o completo esclarecimento dos fatos noticiados, junto com sua família e amigos, neste período de licença, voltará a assumir o comando de suas atividades empresariais para tomar real conhecimento dos fatos ocorridos”, diz o comunicado assinado pelo tucano.

O Conselho de Ética da Câmara examina a denúncia de contratação e posterior exoneração da namorada do vereador, Emília Rocha. A Corregedoria da Casa investiga a denúncia de fraude no Cartão Qualidade.

Inquérito

A Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), vai instaurar inquérito para averiguar a denúncia de fraude com relação à utilização do “Cartão Qualidade”, flagrada pela RPCTV. De acordo com a denúncia, funcionários da Prefeitura de Curitiba estariam utilizando o cartão qualidade para sacar dinheiro no Supermercado Volkmann, no Sítio Cercado. O estabelecimento estaria cobrando 10% de comissão pelo saque prestado aos funcionários.

O delegado-titular da Delcon, Jairo Estorilio, vai requisitar as imagens da matéria veiculada pela RPCTV. Segundo o delegado, a prefeitura já foi contatada, a fim de intimar o responsável pelo departamento pessoal, que deverá prestar depoimento. A delegacia também irá ouvir os funcionários que eventualmente realizaram o saque. Ainda serão intimados para prestar depoimento os empregados do estabelecimento e o vereador. “Vamos dispor das nossas estruturas para apurar o caso o mais breve possível”, afirma o delegado, que espera concluir o inquérito em 30 dias.

Segundo Estorilio, a prática apontada pela reportagem caracteriza ação fraudulenta e se enquadra na Lei 8.137/90. De acordo com o delegado, a Receita Estadual também será oficializada para que seja realizada a verificação fiscal do estabelecimento. “Além de se enquadrar em crime contra as relações de consumo, com a prática de juros abusivos, há também uma indicação de crime contra a ordem tributária, já que, provavelmente, não eram emitidas notas fiscais para cada movimentação”, afirma.