O deputado federal Gustavo Fruet anunciou ontem que está deixando o PMDB, partido ao qual esteve filiado desde o seu ingresso na política.
Convidado por várias legendas, ele não deve ingressar de imediato em nenhuma delas, mas nos próximos dias anuncia sua posição em relação à disputa eleitoral em Curitiba.
A decisão de Fruet é resultado de um longo processo que culminou na convenção municipal de junho, quando o PMDB preferiu apoiar o candidato a prefeito do PT, deputado Angelo Vanhoni. Pré-candidato a prefeito, Fruet defendia a candidatura própria como requisito para a própria sobrevivência partidária. Seu desligamento já era esperado nos meios políticos, principalmente depois que ele denunciou a utilização de métodos viciados para assegurar a coligação com os petistas. Dois dias após a convenção, Fruet anunciou seu afastamento da liderança política do governador Roberto Requião e passou a dedicar-se apenas à campanha proporcional, apoiando vários candidatos à Câmara Municipal de Curitiba.
Métodos reacionários
Filho do ex-deputado e ex-prefeito Maurício Fruet, Gustavo Fruet formalizou o pedido de desfiliação através de cartas enviadas ao presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, e ao presidente regional, deputado Dobrandino Gustavo da Silva. No texto, ele reafirma seu respeito e admiração pela história do PMDB, mas também a visão crítica sobre a necessidade de uma reforma política e na vida partidária, oxigenando e rompendo com métodos reacionários e contrários à participação e à permanente renovação.
Fruet acredita “ter esgotado todas as possibilidades de construção de projeto através do PMDB-PR, ao qual dediquei o melhor das minhas energias”. E reforça que “todo o processo constrói-se com avanços e recuos, porém, após cinco convenções e vários confrontos internos, verifico ser pouco provável alterar um quadro de enorme reação a inúmeras iniciativas por um grupo pequeno, mas que controla o partido como cartório, em especial na capital. O que esperar quando rompem-se os canais de convivência a ponto de ser necessário reforço policial nas convenções e tropa de choque para transportar urnas?”, indaga.
Desligado do PMDB, Fruet prossegue a campanha em Curitiba, apoiando candidatos a vereador, e em vários municípios do Estado, principalmente da região metropolitana. Além de Temer e de Dobrandino, Fruet conversou também com o presidente regional do PDT, senador Osmar Dias, que reforçou o convite para seu ingresso naquele partido.
O próximo passo do deputado será anunciar o apoio à candidatura do tucano Beto Richa à Prefeitura de Curitiba, o que pode ocorrer ainda neste final de semana.
Beto, que é presidente estadual licenciado do PSDB, já anunciou que vai fazer um convite formal a Gustavo para que ingresse no partido. Para ele, Fruet tomou a atitude correta. “É uma postura de coragem que demonstra que ele continua sendo um deputado preocupado com os destinos do Paraná e, especialmente, de Curitiba”, afirmou, lembrando que há tempos vem buscando sua adesão à campanha à Prefeitura de Curitiba. “A partir desta decisão vou voltar a procurá-lo e espero poder contar com o seu apoio e de seus militantes”, disse.
O candidato da coligação Curitiba Melhor Pra Você acredita que Fruet tem um “peso significativo” na campanha eleitoral em Curitiba. “Ele já demonstrou isso no período que antecedeu as convenções, quando seu nome era cogitado à Prefeitura de Curitiba.”