Grupo pró-armas cresce e quer mais adesão no Paraná

Uma reunião às 10h na Assembléia Legislativa do Paraná, na próxima segunda-feira, vai estabelecer o comitê estadual da Frente Parlamentar Pelo Direito à Legítima Defesa. O presidente da Frente, o deputado federal Alberto Fraga, (PFL-DF) estará presente à reunião.

Até agora, o grupo que é contrário à proibição da venda de armas de fogo e munição, já conseguiu a adesão de 38 deputados estaduais do Paraná.

O deputado federal Abelardo Lupion (PFL), que também é o vice-presidente da Frente Parlamentar, disse que o objetivo da reunião em Curitiba será mostrar aos parlamentares a campanha e conseguir mais simpatizantes. Quem aderir à causa, assumirá o compromisso de defender na sua região a campanha do não-desarmamento.

"O que estamos tentando dizer é que esta é uma luta pelo cidadão comum, não da elite. Porque a elite não precisa de arma. Ela tem seguranças, anda de carro blindado. É o cidadão comum quem não tem segurança."

O deputado acredita que a adesão de parlamentares paranaenses deve aumentar após a reunião de segunda-feira. Para ele, o referendo do dia 23 de outubro joga na clandestinidade todo brasileiro que se sujeita ao Estatuto do Desarmamento que, segundo ele, é o mais rigoroso do mundo.

Vigorando há dois anos, o Estatuto estabeleceu uma série de medidas dificultando a compra e o porte de armas. Hoje, se uma pessoa quiser tirar porte de armas, precisa ter mais de 25 anos, fazer um teste psicológico, um exame de tiro na Polícia Federal e ainda comprovar a necessidade de ter uma arma de fogo. Com tanta dificuldade, o número de venda de armas baixou. Em 1999, foram comercializadas sete mil armas no Brasil. No ano passado, depois do Estatuto, foram 1,2 mil e este ano não chegaram a 700 vendidas em todo o País.

"A lei é muito dura e o cidadão precisa ter o direito de ter acesso à arma e munição. Na democracia não se tem o direito de caçar", disse.

Criminalidade

O mote defendido pelos integrantes da Frente pelo Direito à Legítima Defesa é que, com o desarmamento, o País fará um convite ao crime. Segundo Lupion, hoje, o cidadão ainda conta com a vantagem de o bandido ter dúvidas se a vítima tem arma ou não. Segundo ele, isso inibe um pouco a prática criminosa. Caso o direito à compra de armas seja suprimido, Lupion afirma que a certeza da impossibilidade de reação vai instigar a ação criminosa.

Outra crítica feita pelos contrários ao desarmamento é que o dinheiro gasto para realização do referendo poderia ser investido na segurança pública do País. O referendo vai custar aos cofres federais R$ 594 milhões. O orçamento destinado à Secretaria Nacional de Segurança Pública este ano foi de R$ 340 milhões. "Não há racionalidade nisso. Hoje, só no estado de São Paulo, existem 120 mil criminosos condenados mas que estão soltos por falta de prisão. Com o dinheiro que será gasto no referendo, seria possível construir umas dez prisões. É preciso tratar a segurança pública como uma coisa séria", afirma Lupion.

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