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Governadores Wilson Witzel, do Rio, e Helder Barbalho, do Pará, estão com coronavírus

Os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e do Pará, Helder Barbalho (MDB), divulgaram nesta terça-feira (14) que estão com o novo coronavírus.

Witzel publicou na tarde desta terça um vídeo em suas redes sociais afirmando que seu teste de Covid-19 teve resultado positivo. Ele foi o primeiro governador do país a divulgar que contraiu a doença.

Com voz abatida, Witzel afirmou que não vinha se sentindo bem desde a última sexta-feira (10) e pediu para fazer o exame. Procurada, sua assessoria de imprensa não divulgou o resultado até a conclusão deste texto.

“Tive febre, dor de garganta, perda de olfato e graças a Deus estou me sentindo bem e continuarei trabalhando aqui do Palácio Laranjeiras, mantendo as restrições e recomendações médicas, e tenho certeza de que vou superar mais essa dificuldade”, disse Witzel.

“Mas podem contar comigo todo o povo fluminense, que eu vou continuar trabalhando. Eu peço mais uma vez para que fiquem em casa, porque a doença, como todos estão percebendo, não escolhe ninguém e o contágio é rápido”, afirmou.

No início da noite foi a vez de Barbalho divulgar que também foi diagnosticado com a Covid-19. O governador paraense afirmou que parte de sua equipe contraiu a doença e, após um primeiro exame negativo, recebeu um resultado positivo para o segundo teste nesta terça. Ele divulgou uma cópia em rede social e disse estar assintomático.

Nos últimos dias, Witzel manteve uma rotina de encontros e entrevistas e teve contato frequente com o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos.

Na sexta-feira, por exemplo, quando diz ter começado a sentir os sintomas, o governador participou de uma reunião pela manhã no Palácio Guanabara com o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), relator do plano de auxílio aos estados na Câmara.

No mesmo dia, ele deu uma entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record, aparentemente com distanciamento. Um dia antes, havia participado do jornal Bom Dia Rio, da TV Globo, em formato de uma roda de conversa com dois jornalistas, também a certa distância.

Já nesta segunda-feira, Witzel assinou por videoconferência um convênio com empresários para a construção de dois hospitais de campanha na capital fluminense. Uma foto da ocasião mostra, à sua frente em uma mesa, o vice-governador, Cláudio Castro, e o secretário da Casa Civil, André Moura.

No mesmo dia, o governador do Rio de Janeiro publicou ainda um vídeo ao lado do secretário de Educação, ​Pedro Fernandes. No dia 31 de março, há duas semanas, ele esteve com o prefeito de Duque de Caxias, Washignton Reis, que está internado desde a madrugada do último sábado (11) em decorrência do novo coronavírus.

A Prefeitura do Rio também já havia sido atingida pela doença. Ao menos cinco secretários municipais foram diagnosticados, incluindo Beatriz Busch (Saúde) —que chegou a ser internada no fim de março e já teve alta—, Adolfo Konder (Cultura) e Tia Ju (Assistência Social e Direitos Humanos). O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) teve resultado negativo.

WITZEL E DORIA

Ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Witzel é um dos chefes estaduais que mais se antagonizaram ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a condução da crise do novo coronavírus. Ele usou falas duras contra o presidente e manteve políticas rígidas de distanciamento social durante a pandemia.

Doria e Bolsonaro também chegaram a fazer o teste para a doença. O governador paulista mostrou o resultado negativo em uma entrevista coletiva no fim de março. Já o presidente disse que os dois exames que fez naquele mês deram negativo, mas até agora se recusou a mostrar os laudos.

Uma comitiva que viajou com Bolsonaro para os EUA teve ao menos 24 integrantes com diagnóstico comprovado da doença. Entre eles, estavam o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

Os governadores paulista e fluminense têm suas gestões da pandemia mais bem avaliadas em seus estados do que o presidente.

Doria e Witzel têm, respectivamente, aprovações de 51% e 55% da população, segundo pesquisa do Datafolha feita de 1º a 3 de abril —a margem de erro é de quatro pontos percentuais por ser uma amostra estendida do levantamento nacional.

Bolsonaro, por sua vez, tinha na pesquisa nacional uma gestão aprovada por 33% dos entrevistados, com uma margem de erro de três pontos percentuais devido a uma amostra mais ampla. Em São Paulo e no Rio, sua aprovação é similar, de 28% e 34%, respectivamente.

O Rio é o berço político de Bolsonaro, que começou sua carreira como vereador no fim dos anos 1980, sendo eleito para sucessivos mandatos como deputado federal com apoio de policiais e de estratos intermediários e baixos das Forças Armadas.

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