Virando rotina

Galdino e Salamuni protagonizam nova discussão na Câmara

Os vereadores Professor Galdino (PSDB) e Paulo Salamuni (PV), presidente da Câmara Municipal de Curitiba, se envolveram em mais uma discussão no Plenário da casa, na manhã desta segunda-feira (02).

O desentendimento ocorreu depois que Galdino apresentou um requerimento solicitando um voto de repúdio para a Fundação de Ação Social (FAS), após exibir um vídeo no qual uma unidade da FAS, localizada no Boqueirão, estava com o portão cadeado.

No vídeo, Galdino compara a unidade a um campo de concentração, alegando que foi impedido de entrar no local. Segundo Salamuni, ao subir à Tribuna, o tucano voltou a fazer a comparação da unidade da FAS com um campo de concentração, o que causou a reação de presidente da Casa.

Salamuni disse que o voto de repúdio é um instrumento extremo, utilizado apenas quando não há remédio parlamentar o que, na opinião dele, não era o caso e por isso interpelou Galdino.

“Eu fui muito duro no debate. Ele (Galdino) faz provocação, filma o que lhe interessa e sai falando o que lhe vem à cabeça. Atua como se fosse um xerife da cidade e não é assim que um vereador deve proceder. Esta é uma representação demagógica, uma forma chula de se fazer política. Ele quis dar um carteiraço e é um costume dele fazer isso. É um inconsequente”, completou o vereador.

Galdino rebateu as acusações de Salamuni dizendo que o artigo 25 da Lei Orgânica do Município garante a ele o direito de acesso aos órgãos públicos municipais e que ele foi até à unidade da FAS depois de receber denúncias de moradores da região sobre o comportamento dos funcionários da unidade.

“Não cheguei no oba-oba e nem fui à revelia. Muitas pessoas vieram até o meu gabinete apresentando denúncias que vão desde assédio até gritaria durante à noite, e queria ouvir o que os responsáveis pela unidade tinham a dizer, mas fui impedido de entrar no local”.

A respeito da postura do presidente da Câmara, Galdino disse que ele (Salamuni) gosta de aparecer e se aproveita do seu cargo. “Este presidente me acusa de midiático, mas é ele quem gosta de aparecer. Ele é de família política, tem curso de oratória e, por isso, se aproveita da minha limitação em oratória para me humilhar, mas não tem o meu caráter, até porque não fui eu quem pediu dinheiro na Assembleia Legislativa para custear uma viagem ao Japão para um encontro de escotismo”.

Galdino disse também que estuda acionar Salamuni judicialmente. “Eu estou certo e ainda querem chamar o Conselho de Ética contra mim. Se forem investigar todos devem. Eu sofro porque não estou com o prefeito, isto é coação, finaliza o vereador.

Casa de acolhimento

Segundo a assessoria de comunicação da FAS, a unidade na qual o vereador Professor Galdino esteve é uma unidade de acolhimento de moradores de rua que vivem na região e não tem trânsito livre, sob a justificativa de proteger as pessoas que estão no local.

A assessoria disse ainda que quando Galdino compareceu ao local foi orientado que se quisesse visitar a unidade deveria fazer uma prévia comunicação e que, considerando o objetivo da visita, o acesso seria intermediado pelos responsáveis da unidade.