Falha da urna foi anunciada. Nada foi feito

A urna eletrônica fez com que muitos eleitores perdessem seus votos ou votassem no candidato que não queriam no Paraná. Os erros causados pelo equipamento eletrônico já eram esperados pelo engenheiro analista de sistemas, Luiz Carlos Carmona, que explicou as deficiências da urna nos pleitos de 98 e 2000 na edição de domingo de O Estado.

Ontem ele comentou o resultado das eleições no Paraná, quando entre brancos e nulos foram registrados cerca de dois milhões de votos para o senado. Carmona afirmou que o resultado da eleição foi incompatível com as pesquisas de boca de urna. O motivo: a inabilidade do eleitor em utilizar o recurso eletrônico que estava programada de maneira a gerar dúvida. O analista de sistemas explicou que, diferente dos outros votos, o primeiro ao senado não apagava da tela a imagem do candidato, só acontecendo após o voto ao segundo senador. O fato ocasionou vários problemas e em conseqüência muitos leitores acabaram se equivocando e desperdiçando seus segundos voto ao senado. Carmona afirmou que o problema se repetiu em todo País. Para ele, no Paraná não houve influência no resultado final da eleição, situação que possivelmente aconteceu em outros Estados. “Se o eleitor tinha um primeiro candidato e um segundo definidos, por exemplo, Osmar Dias (PDT) e Paulo Pimentel (PMDB) ou Flávio Arns (PT) e Edésio Passos (PT), com certeza muitos votos na segunda opção foram anulados”, afirmou, destacando que por seus estudos acredita que o resultado final não foi alterado.

Seqüência agrava erros

Lawrence Manoel

A ordem de colocação dos seis votos (deputado federal, deputado estadual, senador 1,senador 2, governador e presidente) também foi motivo de erros por parte do eleitor. Como não tem uma seqüência hierárquica e o eleitor programa seu voto justamente pensando nessa seqüência, muitos podem ter digitado o número de presidente no deputado federal e assim sucessivamente. Carmona apontou o uso da “colinha” como uma solução paliativa do problema, que mesmo assim não deixou de acontecer. O número de votos nulos para presidente foi três vezes maior do que para deputado federal, fato que Carmona justifica pelo erro da ordem de votação. “É impossível que o número de problemas para se digitar quatro ou cinco números , como pede o voto para deputado, seja menor que o voto que pede apenas dois digitos, como o de presidente e governador”, questionou Carmona.

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