Entidades opinam sobre salário mínimo

O presidente da Federação das Industrias do Paraná (Fiep), Rodrigo Rocha Loures, foi o primeiro a participar da série de audiências públicas que o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão (PSDB), programou para discussão da proposta de criação de um salário mínimo regional no valor de R$ 437, conforme mensagem encaminhada aos deputados pelo governador Roberto Requião (PMDB). As discussões devem durar até o fim do mês.

Brandão não está com pressa para votar o piso salarial, pois pretende fazer um amplo debate com a sociedade. O presidente da Fiep manifestou posição contrária à proposta do governador. Hoje será a vez da Força Sindical, que prometeu rebater os argumentos da Fiep e, amanhã, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep). O mínimo proposto pelo governador Roberto Requião é de R$ 437, ao invés de R$ 350, valor instituído pelo governo federal.

O representante da Fiep defende a livre negociação entre empresas e trabalhadores para a definição de salários. Segundo Loures, há um relacionamento suficientemente maduro nas relações entre trabalho e capital que possibilitam a construção de valores salariais para o bom funcionamento das atividades produtivas. Entretanto, diz ele, os pisos de remuneração devem levar em conta as repercussões sobre a competitividade das empresas e as finanças públicas.

Loures afirma que em recente estudo realizado pelo Departamento Econômico da Fiep, foi identificado que o mínimo regional poderá implicar em aumento de desemprego e informalidade. Além disso, diz ele, o estudo percebeu um aumento substancial nos custos das empresas, em conseqüência do acréscimo da folha de pagamento, incremento proporcional de encargos sociais, entre outras atribuições trabalhistas.

Para o representante da Fiep, a melhoria dos salários deve se dar pela melhora na qualidade dos serviços públicos. Segundo Loures, o aumento dos juros e da carga tributária para sustentar o financiamento do setor público impediu a melhoria da remuneração dos trabalhadores.

Em relação à posição do presidente da Federação, o líder do governo na Assembléia, Dobrandino da Silva, disse que isso é assim mesmo. "Se estivesse todo mundo de um lado só, não precisaria ser aprovado. A Fiep tem a posição dela, vamos ouvir a opinião de outros segmentos, como disse, para tomar uma decisão sobre isso." Na próxima semana estarão sendo ouvidas a CUT, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

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