Transporte coletivo

Empresas de ônibus alegam prejuízos de R$ 26 milhões

Sabatinados ontem na CPI do Transporte da Câmara de Curitiba, representantes do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) alegaram que as empresas que compõem os três consórcios tiveram prejuízo de R$ 26 milhões nos últimos 32 meses. Na sessão, porém, admitiram lucro operacional, segundo o presidente da comissão, Jorge Bernardi (PDT).

Os assessores técnicos do sindicato entregaram demonstrativo com duas mil páginas referente à contabilidade das 11 empresas de ônibus que operam em Curitiba e irritaram vereadores, causa das respostas evasivas. Valdemir Soares (PRB) insistiu até que o contador Valdir Monbach revelou a cifra do prejuízo. “Só pode ser pegadinha contábil. Como pode ter prejuízo e crescer o patrimônio?”, questionou o vereador. Segundo o parlamentar, há documentos que mostram valores exorbitantes gastos pelas empresas, como compra de imóvel de R$ 2 milhões, gastos de R$ 40 mil com táxi aéreo e empréstimos para sócios, terceiros e outras empresas, por exemplo.

Argumentos

Para Bernardi, o relatório não reflete a realidade. “A Urbs foi categórica em afirmar que o lucro anual é de R$ 104 milhões. É claro que haverá prejuízo com todos esses gastos excessivos, mas quando indagamos sobre o lucro admitiram que existiu. As despesas vão dar prejuízo na contabilidade, mas na operação do sistema confirmaram o lucro operacional”, explica. Segundo Monbach, o valor repassado pela Urbs como lucro não é suficiente para cobrir os custos das operadoras. Segundo o contador, a maior despesa é com pessoal. O prejuízo também foi atribuído à queda do número de passageiros. Os sindicalistas ainda alegaram que a Urbs foi beneficiada com erro no recolhimento do ISS. Na próxima reunião, na quinta-feira, a CPI vai ouvir representantes da gestora do sistema.