Em cerimônia, Lula defende fortalecimento do Estado

Ao empossar o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães Neto na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer uma defesa do fortalecimento do Estado. “Não é possível um país sobreviver se o Estado for débil e fraco e o mercado forte. Tem coisas que o mercado não sabe fazer e tem coisas que o mercado não quer fazer”, disse o presidente, ao lembrar que essa pasta foi criada para pensar o Brasil do futuro.

Depois de lembrar iniciativas da pasta que pensaram a Estratégia Nacional de Defesa, o presidente Lula defendeu uma política especial para a Amazônia. “A questão da Amazônia não está bem pensada. Não fizemos uma doutrina de utilização da Amazônia, que desperta paixões”, disse o presidente.

Para Lula, a Amazônia e o pré-sal são muito importantes e “podem ser a redenção do País”. “Dali pode-se extrair um elixir para as coisas melhorarem”, acrescentou.

Para o presidente, em 2016, o Brasil poderá ser a quinta economia do mundo e, se duvidarem, poderá ser a quarta, “porque não sabemos a riqueza exata do pré-sal e nem a biodiversidade da Amazônia”. “Temos de pensar na estruturação do Estado brasileiro e na modernização do aparelho do Estado”.

Eventos

Sobre pensar no futuro do País, o presidente lembrou que é preciso começar a pensar num Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de 2011 a 2015 e citou que os próximos anos serão de muitos eventos no esporte, com jogos mundiais militares em 2011; Copa das Confederações em 2013; Copa do Mundo em 2014; Copa das Américas em 2015; e Olimpíada em 2016. “Ninguém aguenta assim. É muito esporte”, brincou ele ao acrescentar que esses eventos vão exigir que haja muito preparo no país de agora até 2016.

O presidente pediu a Samuel Pinheiro que pensasse nas comemorações da Independência em 2022. “Em 7 de setembro de 2022 vamos completar 200 anos de Independência. Era importante que tivéssemos alguém pensando para frente”, disse. Em seguida, o presidente lembrou que o País padeceu de um erro, por muitos anos, ao ser pensado de quatro em quatro anos. “Se cada um que entra só pensa em quatro anos, será um tipo de sanfona que vai e volta sem conseguir alcançar um resultado”, disse ele, ao defender a necessidade de pensar no futuro.

Lula lembrou que, ao escolher Samuel Pinheiro, atendeu a um pedido do PRB, que é o partido do vice-presidente José Alencar. No discurso, Lula se confundiu ao chamar Samuel Pinheiro uma vez de Salomão e chamou o ex-ministro Mangabeira Unger de Gabeira por quatro vezes.

Doze ministros compareceram à posse, além do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o vice-presidente José Alencar, e outros convidados.