É injusto cobrar Levy por perda do grau de investimento, diz Edinho Silva

Após a perda do grau de investimento pelo Brasil, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidente da República, Edinho Silva, avaliou que a economia brasileira só vai se recuperar se houver a pacificação política no País.

Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o ministro garantiu que a presidente Dilma Rousseff só tomará medidas de aumento de impostos para fechar a engenharia financeira e reverter o déficit no Orçamento de 2016 depois de um amplo diálogo com o Congresso.

O ministro disse que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está prestigiado e fortalecido porque todos acreditam que ele constrói o caminho para o crescimento econômico. Edinho considerou injusto cobrar do titular da Fazenda a perda do grau de investimento e resultados da economia, porque boa parte das medidas adotadas tem prazo de implantação e porque a economia dá sinais de recuperação. Edinho também reafirmou que o ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante tem toda a confiança da presidente e qualquer ataque a ele aumenta a instabilidade política. Matéria do jornal Folha de S.Paulo de hoje informou que a presidente Dilma estaria pensando em substituir Mercadante por um nome de fora do PT.

Medidas

Como primeiro sinal ao Parlamento e à sociedade de que o governo está disposto a cortar na carne, o governo vai apresentar, no início da próxima semana, medidas de cortes de custeio, consideradas “prioridade da presidente”, segundo Edinho. São medidas que vão precisar de legislação ou decretos e outras serão administrativas.

De acordo com ele, a presidenta não vai acabar com nenhum programa, mas vai tentar melhorar a qualidade do gasto. “Claro que uma reforma administrativa, por mais que o impacto financeiro não seja grande, é um sinal para a sociedade do esforço que o governo está fazendo para obter um bom resultado fiscal.” Ele disse que devem ser reduzidos cargos comissionados, custeio de contratos, o gasto da máquina, mas todas as ações têm que ser adotadas “com racionalidade”. As medidas serão apresentadas pelo Ministério do Planejamento, que deve trabalhar durante todo o final da semana.

Edinho evitou adiantar qual será a direção do aumento de impostos e reiterou que “qualquer medida será discutida com o Congresso Nacional”. “E quem vai decidir quais medidas serão dialogadas com o Congresso é a presidente Dilma. Tudo que o foi dito sem o aval da presidente é meramente especulação.”

Questionado sobre o eventual retorno da Cide, o ministro disse que a prioridade da presidente é fazer com que a inflação caia. “Tudo o que possa por em risco o resultado da inflação é evidente que a presidente não vê com bons olhos.”

Lula

Edinho disse ter ficado chocado com a informação de que a Polícia Federal pediu ao STF que o ex-presidente Lula seja ouvido no inquérito da Lava Jato. Segundo ele, há denúncias que muitas vezes não têm lastro na realidade, que servem apenas para desgastar imagens de pessoas que deveriam ser valorizadas e criticou o “vazamento seletivo” de informações para a imprensa.