O Regimento Interno da Assembleia Legislativa deve passar por uma revisão ainda no primeiro trimestre de 2012. Vários setores da Casa estão envolvidos nesse trabalho, principalmente a Diretoria Legislativa, que listou alguns temas carentes de definições mais precisas.
A bancada do PMDB, por exemplo, já anunciou que se reúne no dia 28 de fevereiro para discutir as sugestões que apresentará, já que a Comissão Executiva da Assembleia estabeleceu o dia 15 de março como último prazo para tanto.
Na forma de projeto de resolução, as propostas dos deputados serão depois submetidas a discussões em Plenário. O atual Regimento tomou forma através da Resolução nº 1, de 1º de março de 2005, que revogou a Resolução nº 159, de 28 de dezembro de 1990.
Obsoleto – Segundo o líder do PMDB, deputado Caíto Quintana, o RI tornou-se obsoleto: “Trata-se de uma normatização antiga, que já foi remendada várias vezes. A própria Constituição Estadual recebeu emendas ao longo dos últimos anos e nós não conseguimos acompanhar essa dinâmica, de modo que hoje nos deparamos com alguns dispositivos pouco claros, omissos e até incoerentes. Alguma coisa tem que ser feita para simplificar e disciplinar procedimentos que continuam gerando dúvidas e um sem número de questões de ordem”, observa o deputado que integrou, ao lado dos colegas Tadeu Veneri (PT) e José Maria Ferreira (PMDB), a última comissão de revisão do RI formada na Casa.
Alguns temas, em sua opinião, demandam discussões mais profundas. Ele cita o caso da transformação do Plenário em Comissão Geral, artifício que dispensa a tramitação ordinária de projetos pelas comissões técnicas: “Esse recurso deveria ser utilizado em última instância, porque inibe o debate. A convocação deveria contar com o apoio de quorum qualificado (28 parlamentares), o que lhe daria maior representatividade. Há algumas imprecisões também na tramitação de vetos e uma série de outros rituais cotidianos do Legislativo. As dúvidas podem ser sanadas com uma revisão do Regimento, adaptando-o às demandas atuais”, pondera.
O deputado Cesar Silvestri Filho (PPS) considera inócuo o reexame de projeto rejeitado unanimemente pela comissão, sem que nenhum fato novo o justifique. E propôs, inclusive, que o recurso só seja admitido quando houver divergência entre os membros da CCJ e com o apoio formal de pelo menos 18 parlamentares.
O diretor legislativo da Assembleia, Mauro Borges, destaca que a intenção do Legislativo com essa empreitada é “esclarecer dúvidas existentes e levantadas através de questões de ordem ao longo dos últimos anos”.