Após o depoimento à Câmara Municipal de Matinhos, na última quinta-feira, o secretário de saúde do município, Firmino Carlos Quarenghi, foi exonerado ontem pelo interventor da cidade, José Maria Correia. Em suas declarações, Quarenghi afirmou haver irregularidades na atual administração, e disse que tudo é do conhecimento de Correia.
“Além de exonerar o secretário ele decretou intervenção na secretaria de saúde”, contou o presidente da Câmara, vereador José Reinaldo Mueller. Na saída do secretário da Prefeitura, houve confusão e a Polícia Militar foi chamada. “Teve discussão entre o Firmino e o Renê Galiciolli (secretário de finanças), que acha que é o segundo dono de Matinhos”, afirmou o vereador Olímpio Bruno da Silva.
A expectativa dos vereadores é de que no início da semana eles sejam recebidos pelo governador do Estado, Roberto Requião (PMDB), para denunciar os problemas.
Defesa
Na tarde de ontem, o interventor José Maria Correia garantiu que as denúncias feitas anteontem contra ele são absurdas. “É uma série de inverdades”, disse. Em nota oficial ele afirmou que todos os cheques administrativos são assinados por ele e pelo secretário municipal de Finanças, não existindo neste caso qualquer ato ilícito.
Ainda de acordo com a nota, “o município, por minha determinação, rescindiu o contrato de terceirização da administração do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes firmado na gestão do prefeito afastado (Acindino Duarte), e que lesava o erário em mais de R$ 100 mil mensais. Os cooperativados remanescentes permanecem prestando serviços sem o custo adicional, e permanecerão por necessidade emergencial até a conclusão do concurso público que está sendo organizado, tudo na forma da lei”, disse.
Com relação às obras emergenciais de recuperação do centro cirúrgico do Hospital e adequação da lavanderia ele afirmou que elas “foram iniciadas e concluídas por minha iniciativa e ainda por exigência do departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do Estado, também por requerimento do secretário municipal de Saúde interino e da médica Adriana Lopes Belo, diretora do Hospital, já que o edifício estava por ser interditado por más condições”. Segundo ele, “a obra foi realizada por administração direta e com recursos próprios, o que representou considerável economia aos cofres públicos e permitiu a reabertura do Hospital em condições de atender doentes em estado grave com condições plenas de higiene”.
Quanto ao custo de material utilizado em cerca de 340 metros quadrados com recuperação e pintura de paredes e recuperação do piso, ele afirmou que “foi irrisório, apenas R$ 11.294,00, sendo a obra planejada, supervisionada e dirigida pela Secretaria Municipal de Obras, órgão competente para tanto”.
José Maria Correia disse ainda que “em relação às tentativas de desqualificação moral do interventor por parte de vereadores do grupo político do ex-prefeito, processado criminalmente, vale dizer que a meritíssima juíza substituta da Comarca já deferiu liminar suspendendo os trabalhos da malsinada comissão por absoluta ilegalidade, nada havendo portanto contra a pessoa deste interventor. Ainda pelo dano moral causado diante das inverdades estou tomando as medidas judiciais cabíveis à espécie contra o autor das declarações”.