Cúpula do PMDB exige fim dos ataques na campanha

Lideranças peemedebistas fizeram um apelo ontem para que a Coligação Vote 12, que sustenta a candidatura do senador Alvaro Dias (PDT) ao governo, contenha o tom dos ataques ao senador Roberto Requião (PMDB) para evitar que a campanha se transforme em troca de acusações de ordem pessoal.

No horário reservado aos candidatos do PPB à Câmara Federal, o partido acusou o candidato peemedebista de ter feito um “pacto com o demônio” para ganhar a eleição. A assessoria jurídica do PMDB pediu à Justiça Eleitoral a busca e apreensão da fita em que se ouve uma voz atribuída a Requião, que declara a disposição de “fazer alianças com o demônio e subir no palanque do diabo”. O PMDB afirma que o áudio é uma montagem “grosseira” e pediu que a Justiça Eleitoral determine a suspensão da exibição do material, além de processar criminalmente o presidente estadual do PPB, José Janene, responsável pela exibição do material.

A fita já foi usada na campanha eleitoral de 1998 no horário dos candidatos a deputado estadual que apoiavam a candidatura à reeleição de Jaime Lerner (PFL). Desta vez, a gravação foi exibida por iniciativa do deputado federal José Janene, presidente estadual do PPB, um dos partidos aliados do senador Alvaro Dias. Foi uma resposta ao programa anterior do PMDB em que Requião fez críticas a Janene e ao presidente nacional do PTB, deputado federal José Carlos Martinez, lamentando o que chamou de “más companhias” de Alvaro.

Janene disse que não tem a intenção de recuar da linha de campanha que adotou. “O Requião fez um pacto com o demônio e tem que responder por isso perante a opinião pública. Quem é ele para criticar uma aliança, quando a dele é com o demônio? É um homem perigoso, que não acredita em Deus. Vou mostrar quem é o Requião até o fim da campanha”, afirmou o deputado. Segundo Janene, o que chamou de “desapego religioso” do senador foi o motivo que levou o PPB a preferir se aliar a Alvaro Dias.

Por amor

Requião disse que seus adversários demonstram desespero e voltou a utilizar o termo “quatrilho” para designar o candidado do PDT e as lideranças partidárias aliadas. “Falsificaram minha voz querendo colocar na minha boca coisas que eu nunca disse. Respondo a eles com uma verdade bíblica porque sou temente a Deus e se Deus é conosco, quem será contra nós? Mil cairão a seus pés e 10 mil à sua direita e não serás atingido, pois quem faz política por amor não teme o demônio”, afirmou o senador peemedebista.

Os peemedebistas dizem esperar que o senador Alvaro Dias esteja inocente no episódio da exibição da fita. O argumento é que ao condenar a aliança PDT/PPB/PTB em seu programa, Requião manifestou amizade a Alvaro e em nenhum momento fez qualquer ofensa pessoal ao senador do PDT. O PMDB disse que a fita é uma “montagem”. Em 1998, o partido conseguiu suspender a veiculação da gravação e também a apreensão e busca das fitas.

A assessoria do senador disse que se trata de um problema entre Requião e o deputado. E que não é do perfil do candidato do PDT recorrer a outras pessoas para expressar suas opiniões. Ainda de acordo com a assessoria de Álvaro, ele mesmo se encarrega de manifestar pessoalmente suas posições.

 

TRE julga novos pedidos

Na tarde de ontem o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) recebeu doze pedidos de direito de resposta. Três foram propostos por Tony Garcia (PPB), sendo um contra o jornal Tribuna do Norte e dois contra o PMDB e Paulo Pimentel. Já o candidato ao governo Alvaro Dias (PDT) entrou com nove pedidos de direito de resposta. Cinco são contra o PMDB e Roberto Requião; três são contra o PT e Padre Roque Zimmerman; e um é contra a Coligação Socialismo com Liberdade (PGT e PSB).

Também foram protocoladas quatro representações. Três foram propostas pela Coligação Vote 12 (PDT, PPB, PTB, PTN, PRP, PTdoB) contra a Coligação Paraná de Todos Nós (PSDB, PFL, PSL e PAN) e Beto Richa. E uma é de Alvaro Dias contra Cirus Itiberê e o PSD, sendo esta cumulada com pedido de direito de resposta. Ontem não houve publicação de decisões dos juízes auxiliares.

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