CPI investiga a compra de créditos tributários

A CPI da Copel começa a registrar hoje os primeiros depoimentos dos implicados na denúncia de compra irregular de créditos tributários. Serão ouvidos Antônio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini e Luiz Sérgio da Silva, que atuaram como procuradores da empresa Olvepar na operação de venda dos créditos de ICMS para a Copel. De acordo com o Ministério Público, a negociação gerou um prejuízo de R$ 106 milhões ao Estado.

Os dois procuradores estão numa lista de dezoito envolvidos direta ou indiretamente na operação que o sub-relator de créditos tributários, deputado estadual Tadeu Veneri (PT), sugeriu para convocação pela CPI. Entre estes nomes figura o do ex-secretário da Fazenda e ex-presidente da Copel, Ingo Hübert, além do conselheiro do Tribunal de Contas, Heinz Herwig.

O presidente da CPI, deputado Marcos Isfer (PPS), disse que não sabe quando serão ouvidos todos os acusados. Isfer explicou que as outras sub-comissões – subsidiárias, compra de energia, Copel/Sercomtel e contratos privados – também têm listas de nomes para convocação e que todos serão definidos de acordo com o andamento dos trabalhos.

Continuação

Na mesma reunião de hoje, a CPI irá ouvir ainda o ex-secretário de Governo de Londrina, Gino Azolini Neto, e o funcionário aposentado da Copel, Alceu Adalberto Fardin. Eles prestarão depoimento sobre a compra de ações da Sercomtel (empresa telefônica de Londrina) pela Copel, em 1998. A operação envolveu o valor de R$186 milhões e está sob suspeita desde 99, quando a Assembléia chegou a instalar e desativar em seguida uma CPI para investigar o caso.

Na semana passada, a CPI ouviu o ex-presidente da Sercomtel, Rubens Pavan e o ex-secretário da Fazenda de Londrina, Luiz César Guedes. Na avaliação do presidente da CPI, os depoimentos pouco acrescentaram ao caso. Os dois apontaram Azolini como a principal fonte de informação sobre a operação. “Queremos detalhes sobre algumas transações econômicas da época, por que alguns valores foram depositados em contas bancárias diferentes e um depósito de R$ 1,2 milhão que não foi identificado”, concluiu Isfer .

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