O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Terra do Congresso Nacional, apresentou dezessete requerimentos para a convocação de lideranças como João Pedro Stédile, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Luiz Antônio Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista (UDR); e ainda os ministros do Desenvolvimento Agrário (Miguel Rossetto), Agricultura (Roberto Rodrigues), Justiça (Márcio Thomaz Bastos), Trabalho (Ricardo Berzoni), e das Cidades (Olívio Dutra).
Ontem, a CPMI da Terra definiu que vai se reunir na próxima quinta-feira (dia 11) para definir a estratégia de investigação e aprovar os primeiros requerimentos de convocação. A comissão pretende realizar um amplo diagnóstico sobre a estrutura fundiária brasileira, discutir a reforma agrária e urbana e a atuação tanto do MST na ocupação de áreas agrícolas quanto dos proprietários rurais, para impedir essas ocupações.
O senador Alvaro Dias antecipou, ao abrir os trabalhos, que será necessário um esforço grande dos membros da CPMI para construir um consenso. “Sei que não será fácil, mas a CPI tem que trabalhar para o encontro de um denominador comum entre todas as partes envolvidas”, defendeu o presidente da comissão.
Para Alvaro Dias, a CPMI deve produzir no final de sua atuação, em 15 de dezembro, uma nova proposta de reforma agrária para o país e um diagnóstico completo da aplicação de recursos públicos nos assentamentos e nas desapropriações.
“Persiste a desordem no campo, com invasões de terra, violência e desrespeito às ordens judiciais de desocupação. Isso compromete a eficiência do processo produtivo. Nós estamos assistindo a uma evolução notável na agricultura brasileira, que vem aumentando a produtividade, agregando valores tecnológicos e competindo com eficiência com as principais nações do mundo”, disse o senador.