Futuro

Como será o segundo mandato de Beto Richa?

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), assume hoje, 1.º, seu segundo mandato, envolto numa expectativa sobre o seu futuro político a curto prazo. Reeleito em primeiro turno com mais de 70% dos votos, o prefeito tucano é visto como a grande promessa do projeto de poder do PSDB nacional e estadual para 2010.

A pergunta que vai perseguir o prefeito neste primeiro ano da segunda administração é se ele deixará o cargo para o vice-prefeito Luciano Ducci (PSB) em março do próximo ano para concorrer ao governo, oferecendo um palanque próprio à candidatura presidencial tucana.

A resposta virá ao longo deste ano, avisa o presidente estadual do PSDB, deputado estadual Valdir Rossoni. “Esta pergunta só existe porque existe a vontade da população de que ele seja candidato. A população espera isso. Mas nós temos que assumir e fazer uma administração bem feita. E depois ver qual caminho vamos tomar”, afirmou o dirigente tucano.

Nesta nova etapa, Beto terá alguns desafios pela frente. Entre eles, administrar em época de crise econômica. Esta é uma situação que ele ainda não enfrentou e que poderá influenciar no desempenho de sua segunda gestão.

“Sabemos que as receitas públicas vão diminuir bastante. Mas a palavra austeridade é a solução. Se nós tomarmos as medidas necessárias, será o caminho para se proteger da crise”, afirmou.

No campo político, a manutenção da aliança com o leque de partidos que sustentou sua reeleição irá colocar a habilidade do prefeito à prova. Entre os aliados, o PDT já tem candidato ao governo, o senador Osmar Dias, e está vigilante aos movimentos tucanos para lançar Beto na disputa.

“O desafio de manter a aliança não será do Beto. Será de todos nós. E a decisão sobre quem será o candidato do grupo ao governo não será tomada apenas pelo PSDB. Mas por todos estes partidos”, disse Rossoni.

Com oposição

Uma outra novidade que se anuncia neste segundo mandato do prefeito é a existência de um grupo de oposição ao seu governo. Apesar da ampla maioria em sua base de apoio na Câmara Municipal – 27 dos 38 vereadores são aliados – os três vereadores do PT estão prometendo vigiar os passos do prefeito.

“Gostaríamos de ver na listinha de ano novo do prefeito a resolução de vários problemas”, disse o líder da bancada petista Pedro Paulo Costa, citando entre eles o fim das filas da Cohab (Companhia de Habitação) e das creches. “O PT vai entrar com ação civil contra o prefeito, se nos próximos quatro anos, a promessa assinada e protocolada pelo então candidato Beto Richa, de zerar a fila das creches não for cumprida”, disse o líder do partido.

Outro ponto frágil da próxima administração de Beto é o transporte coletivo, acredita o vereador petista. “Depois de quatro anos sem licitação, o segundo mandato de Beto Richa iniciará, de novo, com a promessa que a licitação poderá sair em junho. Tem que haver mais transparência”, disse Pedro Paulo.