Comissão de Meio Ambiente tem 1ª reunião pacífica

Na primeira reunião pacífica entre deputados ruralistas e ambientalistas, a comissão especial de meio ambiente da Câmara aprovou hoje os 36 requerimentos dos parlamentares apresentando sugestões de nomes de participantes para audiências públicas futuras e os locais a serem realizadas essas reuniões.

A comissão, criada pelo presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), tem como objetivo debater as “dezenas” de projetos que envolvem o Código Florestal. A partir de 11 de dezembro, os produtores que estiverem em desconformidade com a legislação vigente serão passíveis de punição.

Esta é a quinta tentativa de andamento da comissão. Nas demais, houve impasses, cancelamentos e até mesmo atitudes agressivas de parlamentares, como a de empurrar móveis.

De acordo com o relator da comissão, Aldo Rebelo (PCdoB), os requerimentos acatados hoje serão a base para o desenvolvimento dos trabalhos futuros. “Hoje a reunião foi tranquila, houve demonstração de que temos compatibilidade na comissão e creio que manteremos a seriedade”, considerou.

Rebelo explicou que se empenhará agora para traçar um roteiro da comissão para as sessões seguintes – a próxima será na terça-feira da semana que vem, às 14 horas, em Brasília.

Para o presidente da comissão, Moacir Micheletto (PMDB-PR), a reunião de hoje foi “fantástica”. “Esse é um conteúdo rico e podemos mostrar que há solução equilibrada entre o meio ambiente e o setor produtivo”, afirmou, após o término da sessão.

Já o deputado Ivan Valente (Psol-SP) não mostrou tanto otimismo em relação aos ânimos contidos dos parlamentares para as próximas reuniões. Para ele, a situação foi tranquila hoje porque apenas os requerimentos foram aprovados. “Não houve proposta de debate temático e ainda é incipiente dizer que temos boa proposta”, considerou. “Mas não é pouca coisa não”, rebateu Rebelo.

Valente aproveitou a presença da imprensa para reforçar seu desconforto com a composição da mesa diretora da comissão. “Essa comissão tem muito ruralista e isso já se torna algo perigoso”, considerou.