Chapa de oposição na AL não anima Osmar

O presidente estadual do PDT, senador Osmar Dias, não mostrou muito entusiasmo com a possibilidade de, ao lado de PMDB, PT e PSC, o PDT integrar uma chapa de oposição para a eleição da Mesa Executiva da Assembleia Legislativa do Paraná.

Osmar disse que não pretende interferir na eleição da Mesa da Assembleia, deixando para os quatro deputados do partido: Augustinho Zucchi, Fernando Scanavaca, André Bueno e Nelson Luersen, a definição sobre o apoio à candidatura de Valdir Rossoni (PSDB) ou a montagem de uma chapa nova, encabeçada pelo maior partido da Assembleia, o PMDB.

“Eleição para a mesa da Assembleia só diz respeito aos deputados. Nem se eu fosse eleito governador iria interferir na eleição interna da Assembleia”, disse Osmar. “Além disso, não quero mais ver o PDT servindo de escada para nenhum outro partido”, acrescentou, dizendo que, nesta eleição, “o PDT ajudou a eleger deputados que sequer apoiaram o candidato do PDT ao governo do Estado”, em clara referência a nomes do PMDB como Luiz Cláudio Romanelli, Alexandre Curi e Stephanes Junior que, entre outros, apoiaram, silenciosamente ou não, a eleição de Beto Richa (PSDB) para o governo do Estado.

A possibilidade de o PMDB vir a liderar uma chapa de oposição a Rossoni foi ventilada pelo senador eleito, ex-governador Roberto Requião (PMDB), mas não ganhou muito eco nem entre todos os deputados do partido.

Se o PDT vier a apoiar uma candidatura do PMDB à presidência da Assembleia Legislativa, poderá, consequentemente, estar apoiando um desses nomes. “Nossa bancada tem capacidade para analisar o quadro e tomar sua decisão conjunta”, disse Osmar, reafirmando que o presidente do partido não vai dar nenhuma orientação para a bancada nessa questão.

“É diferente”

Já quando o assunto for a posição da bancada em relação ao governo Beto Richa, Osmar diz que a situação muda. “Aí é diferente. Uma coisa é a eleição da Assembleia, que só diz respeito aos deputados. Outra é a postura do partido. Os deputados do PDT foram eleitos para ser oposição e isso será exigido deles”, afirmou o senador.

Cotado para um ministério no governo Dilma Rousseff, Osmar disse que, até agora, não recebeu nenhum convite. “Qualquer novidade que acontecer sobre essa assunto vai acontecer depois do dia 20, até lá não terá nenhuma novidade”, disse o senador, comentando as pretensões do PDT no próximo governo.

“O PDT já tem o Ministério do Trabalho. Não sei se vai continuar, depende da presidente eleita, mas o PDT quer continuar fazendo parte do governo, pois teve participação decisiva na eleição da Dilma, principalmente em estados como o Paraná, onde conseguimos tirar uma diferença histórica”, comentou.

Questionado sobre quantos cargos o PDT iria reivindicar, Osmar desconversou. “Isso não discutido no partido não, a reunião do partido será na quinta-feira da semana que vem”, concluiu o presidente do partido no Paraná.