Candidatos partem para o tudo ou nada

A menos de uma semana para a eleição, os comitês de campanha do governador licenciado Roberto Requião (PMDB) e do senador Osmar Dias (PDT) intensificaram a troca de ataques. Enquanto o comitê de Osmar distribuía um texto denunciando que Requião responde a 141 processos e que o vice-governador e candidato à reeleição, Orlando Pessuti, emprega membros da própria família no governo estadual, a assessoria de Requião divulgava que o senador pedetista demitiu uma funcionária grávida de nove meses, quando era secretário de Agricultura na gestão de Alvaro Dias (PSDB).

A assessoria de Osmar divulgou ontem que Requião é réu em cerca de 140 ações judiciais e inquéritos. Segundo a assessoria, em uma das ações, Requião foi acusado de receber ilegalmente o 13.º salário, quando era prefeito de Curitiba, entre 1986 e 1988, caso em que foi julgado e condenado a ressarcir os cofres públicos.

A assessoria jurídica do candidato à reeleição informou que em seus mandatos de prefeito e de governador, Requião foi acumulando muitas ações populares, a grande maioria de processos eleitorais, em que geralmente é acusado de calúnia, injúria e difamação. Em relação à ação sobre o 13.º salário, a assessoria jurídica de Requião explica que houve o entendimento do Superior Tribunal de Justiça de que nenhum prefeito teria direito ao benefício, de modo que a gratificação concedida por lei municipal teve que ser ressarcida aos cofres públicos. Segundo a assessoria do peemedebista, Requião devolveu R$ 11.194,63 em maio de 2003.

Foto: Lucimar do Carmo/O Estado

Osmar: velhos processos contra o adversário.

A assessoria de Osmar informou também que o vice-governador Orlando Pessuti pratica o nepotismo, ao empregar sua esposa e duas irmãs em cargos comissionados no governo do estado. Segundo a assessoria do senador pedetista, a esposa de Pessuti, Regina Fischer Pessuti, foi nomeada para o cargo de ?Assessor Especial da vice-governadoria?, no gabinete do Vice-Governador. E, afirma a assessoria, as irmãs de Pessuti, Onélia Pessutti Pesucki e Neuza Pessuti Francisconi foram nomeadas, respectivamente, chefe do Núcleo Regional da Educação de Ivaiporã e diretora regional da secretaria estadual de Saúde no mesmo município.

Pessuti afirmou que nunca foi segredo que a esposa e as irmãs dele trabalhavam no serviço público estadual. Segundo o vice-governador, as três são funcionárias de carreira, concursadas, que foram alçadas a cargos em comissão. ?Minha esposa é funcionária estatutária da Assembléia Legislativa há 24 anos. Eu a levei para a vice-governadoria porque como eu era também secretário de Agricultura, era importante tê-la chefiando a assessoria para que tudo transcorresse dentro do meu jeito. Não fui eu quem indiquei minhas irmãs para os cargos. Foram lideranças políticas da região. As duas são funcionárias públicas de carreira há mais de 20 anos?, justificou.

Demissão

Segundo a assessoria de Requião, ?em 1988, o então secretário de Agricultura, Osmar Dias, demitiu sumariamente e, sem nenhuma explicação, cerca de 40 extensionistas da Emater. Entre os funcionários, estava Vera Lúcia de Jesus de Sá, grávida de nove meses?. A assessoria de Requião informou que Vera Lúcia era coordenadora regional do Programa de Bem-Estar Social da Emater, em Guarapuava e região.

Segundo a assessoria do peemedebista, a funcionária procurou na época a imprensa para denunciar o que havia ocorrido. Com a repercussão do caso, ela teria sido readmitida. A assessoria de Osmar confirmou a demissão de Vera Lúcia, porém, reiterou que ela foi readmitida quatro dias depois, quando se verificou o ocorrido. Segundo a assessoria, à época, Osmar pediu desculpas e afirmou que nunca demitiria uma funcionária grávida, nem por justa causa.

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