Beto deve declarar hoje seu apoio a Osmar Dias

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), anuncia hoje de que lado vai ficar na disputa do segundo turno para o governo do Estado. Salvo alguma mudança de última hora, Beto irá declarar apoio ao senador Osmar Dias (PDT), que já tem a seu lado uma parcela do PSDB do Paraná. Conforme apurou O Estado, o prefeito comunicou sua posição no final da tarde de ontem ao governador licenciado Roberto Requião (PMDB).

No primeiro turno da eleição, Beto se manteve neutro na sucessão estadual, em meio à divisão do partido, que se distribuiu entre os palanques de Requião e de Osmar. Beto também não tomou partido no racha interno sobre a validade da aliança entre o PSDB e o PMDB, que acabou anulada pela direção nacional.

Beto não se envolveu diretamente na sucessão estadual alegando que sua condição de coordenador da campanha de Geraldo Alckmin no Paraná recomendava que mantivesse boas relações com todos os candidatos para não atrapalhar os apoios que o ex-governador de São Paulo poderia obter no estado.

Desta vez, entretanto, o prefeito decidiu assumir uma posição, já que o candidato a presidente da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, também está disputando o segundo turno e já recebeu o apoio do senador Osmar Dias. No domingo à noite, logo após saber que iria disputar o segundo turno com Requião, o pedetista conversou com Alckmin pelo telefone e adiantou que iria apoiá-lo. No primeiro turno, Osmar ensaiou uma aproximação com Alckmin mas foi inibido pela candidatura do senador Cristovam Buarque (PDT) à presidência da República.

Contenção

O PSDB que ficou ao lado do governador Roberto Requião no primeiro turno foi representado pelo presidente da Assembléia Legislativa e atual governador em exercício, Hermas Brandão, que ocupava a vaga de candidato a vice-governador na chapa da aliança com o PMDB, e o vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci. No primeiro turno, Brandão tentou convencer a direção nacional que mesmo Requião não declarando apoio a Alckmin, o candidato tucano à presidência da República poderia usufruir do trabalho da maioria dos candidatos a deputado estadual do PMDB e da estrutura partidária do governador. Os argumentos de Brandão não impediram que a direção nacional vetasse a aliança com Requião.

Mas o apoio do grupo de Brandão ao governador licenciado e a neutralidade de Beto Richa conseguiram fazer com que o governador calasse suas críticas a Alckmin e, principalmente, garantiram que o peemedebista não se aproximasse do palanque da reeleição do presidente Lula.

Mesmo com a posição de Beto na disputa estadual, alguns peemedebistas ainda aconselham o governador a não assumir posição na sucessão presidencial. Eles acham que o PT do Paraná apoiará Requião independente de ele se aliar a Lula e que uma opção formal poderia afastar os tucanos que estão com o peemedebista desde o primeiro turno.

Segundo turno

Hoje, o PPS também deverá formalizar o apoio à candidatura de Osmar Dias no segundo turno. O presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, e que ficou em quarto lugar na disputa para o governo, disse que a posição do partido será decidida em conjunto. Bueno destacou que o PPS apóia Geraldo Alckmin para presidente e que sua posição no segundo turno no Paraná deve levar em conta essa posição. 

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