Avançam negociações entre peemedebistas e tucanos

Peemedebistas e tucanos estão avançando nas articulações para um acordo no Paraná. Ontem, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão (PSDB) disse que 80% do caminho já foi percorrido para que os dois partidos cheguem a um entendimento.

As lideranças dos dois partidos não revelam em que termos estão se dando estas negociações, que somente devem ter um desfecho no próximo sábado (dia 29), quando o PMDB realiza sua convenção estadual.

Duas conversas, uma entre o senador Roberto Requião (PMDB) e o deputado federal Rafael Greca (PFL), pela manhã, e outra, entre o pefelista e Beto Richa (PSDB), à tarde, ajudaram a confundir ainda mais o cenário pré-eleitoral, pródigo em reuniões a portas fechadas e especulações as mais variadas. As duas conversas ocorreram no Instituto Farol do Saber, escritório de Greca em Curitiba.

Segundo o deputado, Requião foi pedir apoio para sua candidatura ao governo. Em que composição, nenhum dos dois revelou. “O que ele me disse é que está tentando fazer uma aliança o mais ampla possível, mas não me contou se será ou não com o PSDB”, afirmou Greca, que respondeu ao pedido afirmando que vai esperar o quadro se consolidar e consultar seus aliados antes de se posicionar. Requião foi lacônico quanto às suas articulações. Definiu seu encontro com Greca como a “conversa entre dois curitibanos que discutiram a sucessão estadual”.

Sem acordo

Já Beto Richa afirmou que foi pedir ao deputado pefelista que se integre a sua campanha. O tucano não admite a possibilidade de ceder a cabeça-de-chapa para Requião, como vem sendo especulado nos últimos dias. “O Hermas continua conversando com o Requião em busca de uma aproximação mas, de concreto, não há nada. O que posso dizer é que, em respeito aos companheiros que oficializaram minha candidatura e que continuam acreditando nela, não há qualquer possibilidade de eu não ser o candidato ao governo”, garantiu. Beto afirmou que o máximo que uma conversa com o PMDB pode avançar é no sentido de uma coligação em que Requião seja o candidato ao Senado. “Só vamos até aí”, assegurou.

Espera

A instabilidade do quadro de alianças levou a executiva estadual do PFL a adiar a definição do candidato a vice-governador do partido na chapa encabeçada pelo vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa, e a decisão sobre o lançamento de um candidato ao Senado. Em reunião da executiva ontem, os pefelistas decidiram que suas decisões só serão anunciados no próximo sábado (dia 29), paralelamente à realização das convenções de outros partidos, como o PMDB e o PDT, cujas negociações de alianças estão entrelaçadas com o fechamento das composições do bloco governista, reunido em torno do PSDB.

Os pefelistas estão receosos com as articulações visando uma aproximação entre o PSDB e o PMDB. A ala do PFL que derrotou a candidatura própria no partido não admite um acordo com o senador Roberto Requião. “Não existe um fio de esperança de que venha a acontecer algum tipo de acordo que prejudicar o que já foi homologado em convenção – a candidatura do Beto Richa ao governo. Ele é o candidato da coligação e do governador Jaime Lerner. Não há nenhum clima de apoio ao Requião no partido”, afirmou ontem o líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Durval Amaral.

Um dos empecilhos dos pefelistas a um suposto entendimento entre o PMDB e o PSDB é a disputa proporcional. Se os peemedebistas compuserem com os tucanos, o mais provável é que fosse lançada uma chapa única para a Assembléia Legislativa e a Câmara Federal. O PFL, que já resistia à inclusão do PPB no chapão, não gosta da idéia de ter que dividir as vagas com o PMDB.

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