Ato protesta contra impunidade em crime de Analândia

Movimentos que foram às ruas de São Paulo, no feriado de 7 de setembro, para protestar contra a corrupção, voltam se reunir amanhã na pequena Analândia, a 242 km de São Paulo. Desta vez, a manifestação é contra a impunidade. Domingo faz um ano que o vereador Evaldo José Nalin (DEM) foi executado e, segundo os organizadores, os mandantes do crime estão em liberdade. O vereador havia denunciado fraudes na administração e tinha pedido uma auditoria nas contas da prefeitura. Ele foi morto com sete tiros por dois homens que chegaram em motos e invadiram sua casa.

O ato, idealizado pela ONG Amigos Associados de Analândia (Amasa), ganhou as páginas da internet e mobilizou entidades como a Associação Amigos de Ribeirão Bonito (Amarribo), referência na luta pela ética. Os manifestantes vão caminhar pelas ruas com velas acesas. O grupo vai passar pela Câmara e se postar na frente da casa em que o vereador foi morto. A viúva, Kátia Nalin, que após o crime se mudou da cidade, confirmou presença. Nalin foi morto na frente da esposa, quando via televisão. Os executores usavam capacetes e os tiros foram disparados contra a cabeça. O crime foi considerado político pelo Ministério Público. Luiz Carlos Perin, irmão do ex-prefeito José Roberto Perin, ficou preso durante cinco meses, acusado de ser o mandante, mas ele se diz inocente.

A família lidera a política local há quase 20 anos. Nalin também havia acusado o ex-prefeito de superfaturar obras, fraude em concurso e transferência irregular de eleitores. Hoje, Perin voltou a negar envolvimento e disse ser vítima de perseguição. O processo, em trâmite na Vara Criminal de Itirapina, está em fase final de instrução. O único executor do crime identificado no inquérito morreu vítima de um atropelamento. A promotora que cuida do caso, Fernanda Segatto, entrou em licença médica e não tem previsão de retorno.