Assembléia dá início à 16.ª legislatura

A Assembléia Legislativa instala hoje a 16.ª legislatura em sessão que será aberta com um pronunciamento do governador Roberto Requião (PMDB), que lerá a mensagem de abertura dos trabalhos deste ano e apresentará as diretrizes do seu terceiro mandato à frente do Palácio Iguaçu. Depois de hoje, a Assembléia suspende novamente as sessões durante os feriados de Carnaval, para retomá-los a partir do dia 26.

No retorno, a maior bancada em plenário, o PMDB, se reúne para escolher um novo líder. O líder do governo ainda não foi anunciado, mas deverá ser Luiz Cláudio Romanelli. Já a liderança da bancada é que está gerando disputas internas. Os dois pré-candidatos são os deputados Artagão de Matos Leão Júnior e Waldyr Pugliesi. Por orientação do governador Roberto Requião, que não pretende interferir na decisão, deputados do partido estão tentando costurar um acordo entre os dois para evitar o bate-chapa e as inevitáveis seqüelas do processo.

A iniciativa de propor um acordo está partindo da ala simpatizante da candidatura de Pugliesi. Esse grupo entende que o ex-secretário de Transportes está mais afinado com Requião e o discurso peemedebista do que Artagão, mais jovem no partido, na vida parlamentar e mais distante das posições do governador.

Cálculos preliminares indicam que se a escolha for pelo voto, Artagão estaria em vantagem. Ele teria dois votos a mais que Pugliesi, entre os dezesseis deputados da bancada. A neutralidade de deputados mais antigos como Caíto Quintana e Dobrandino da Silva também estaria favorecendo Artagão.

Sem acordo

Artagão adiantou que não abdica do cargo. Acha que está tão identificado com o governador quanto Pugliesi e rememora a antiga amizade do pai, o conselheiro do Tribunal de Contas Artagão de Matos Leão, com Requião. ?Eles foram deputados juntos em 82 e eram vizinhos de parede. Foi o Requião que indicou meu pai para o tribunal?, afirmou o deputado, desconsiderando a proposta de abrir mão da candidatura para Pugliesi. ?Isso é uma proposta de briga e não de acordo. Mas eu já conversei com o governador e ele acha que é importante preservar a unidade da bancada. Por isso, vamos continuar conversando?, disse o deputado.

Sem medo

Uma das fórmulas seria dividir a liderança em dois períodos de dois anos. Pugliesi seria o primeiro a exercer o cargo. Os dois grupos vão continuar conversando, mas não há possibilidade de acordo à vista.

No exercício do seu nono mandato parlamentar, Pugliesi disse que não tem medo de votação e que não vê risco de desgaste em um processo de escolha do líder. ?Um partido que fica preocupado com divisão de bancada não é um partido. É um ajuntamento de medrosos. Sou filho do voto. Sou um curtido militante que se submete ao crivo do voto. A bancada vai dividir por quê??, questionou Pugliesi.

Ele disse que sua candidatura foi lançada por um grupo de deputados e que sua campanha está por conta deles. Um dos defensores é Romanelli, que vê em Pugliesi um perfil mais adequado ao papel exigido de um líder. ?O Pugliesi é um formulador, com capacidade de articulação com outras bancadas de outros estados?, comentou.

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