Alvaro Dias rejeita especulações sobre 2010

?Não existe Mãe Dinah na política.? Essa foi a resposta que o senador Alvaro Dias (PSDB) deu às especulações e previsões que já se iniciaram sobre as sucessões nas esferas federal e estadual em 2010. Em visita à redação dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, o senador conversou sobre os rumos do PSDB, seu novo mandato no Senado e o trabalho que terá como líder da oposição nos próximos quatro anos.

Questionado sobre quem seria o nome do PSDB para sucessão de Lula na Presidência da República, Alvaro disse que é muito cedo, que não há como prever. ?É claro que se a eleição fosse hoje teríamos como nomes mais fortes o Aécio Neves e o José Serra. Mas daqui a quatro anos, teremos de analisar o desempenho dos dois à frente de seus estados e também poderão surgir novos nomes?, comentou. ?Política não é só eleição, e não é momento para se discutir esse assunto?, acrescentou. Quanto à eleição municipal de 2008, o senador defendeu a candidatura do prefeito Beto Richa à reeleição, refutando a idéia de poupá-lo dessa disputa para uma possível eleição para o governo do Estado. ?Temos que pensar no que vem antes, e o Beto é o nosso nome. Na eleição de 2010, pensamos em 2010?, destacou.

Sobre sua atuação no Senado, Alvaro Dias descartou a possibilidade de prejuízos aos interesses do Paraná pelo fato de o governador Roberto Requião ser adversário dos senadores que representam o Estado. ?O Senado tem funções próprias, que não interferem na administração estadual, avaliamos os projetos mais importantes para o Estado e destinamos os recursos aos que julgarmos mais importantes. Não há dificuldade, contratempo nem comprometimento dos interesses da população paranaense?, justificou.

Alvaro explicou que sua primeira grande batalha no Senado será pela aprovação de um projeto seu, de 1999, que prevê a redução do número de parlamentares. Segundo ele, é um projeto para moralizar o Legislativo, ?restabelecendo o equilíbrio da representatividade da população e tornando o Legislativo mais enxuto, ágil, eficiente e econômico?. Pelos cálculos apresentados em 1999, o projeto, que restabelece um número máximo de deputados por estado de acordo com o número de habitantes, representaria uma economia de R$ 800 milhões por ano para o Congresso Nacional. No Paraná, por exemplo, o número de deputados federais cairia de 30 para 24. ?Mas tudo isso só será possível no bojo da reforma política, que se faz mais do que necessária?, lembrou.

O senador disse estar vendo com naturalidade a disputa pela presidência da Câmara e acredita que seja qual for o eleito [Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP)] não haverá muita diferença. ?É natural que o maior partido eleja o presidente da Câmara e, no caso, é o PT. Os dois candidatos estão no mesmo patamar e têm o mesmo posicionamento de apoio ao governo?, comentou, prevendo dificuldades para a oposição nesses primeiros meses de segundo mandato de Lula. ?Início de governo sempre é complicado para a oposição, porque, com vários cargos no Executivo em aberto, há uma atração especial para o lado do governo.? Mesmo assim, Alvaro acredita que que no Senado o governo federal não terá tanta facilidade. ?O Senado é a casa da experiência, e a oposição tem se fortalecido lá dentro, mas uma oposição responsável. O governo só terá dificuldade se não atuar com correção?, destacou.

Voltar ao topo