Álvaro desmente convite para ser o vice de Ciro

O senador Álvaro Dias (PDT) disse ontem que não recebeu formal e nem informalmente qualquer convite para substituir Paulo Pereira da Silva como candidato a vice de Ciro Gomes (PPS) na sucessão presidencial. Álvaro afirmou que, por enquanto, isto é apenas uma hipótese e que enquanto não houver uma renúncia o vice continuará sendo Paulinho. O Estado apurou, entretanto, que Álvaro foi procurado por Ciro que lhe pediu para ir pensando sobre a possibilidade de integrar a sua chapa para a Presidência.

O senador pedetista não quis comentar a crise deflagrada por causa das denúncias contra Paulinho e se deve haver uma troca de nomes na chapa. “Neste momento, sou suspeito para opinar”, desconversou Álvaro, que no entanto, não descartou a possibilidade de trocar uma candidatura ao governo pela vice de Ciro. “Ter meu nome cogitado muito me honra. Não se pode errar mais na escolha do vice. A procura seria por uma pessoa intocável, sob o ponto de vista moral. Se falam em mim como essa pessoa, fico honrado”, comentou.

Álvaro observou que, se o convite vier, terá que fazer muitas consultas antes de tomar uma decisão. “Temos uma candidatura posta e um projeto que está em curso. Aceitar esta missão exigiria uma reestruturação geral da nossa campanha. E nós não temos tanto tempo assim”, comentou o senador. Mas admitiu que a proposta é atraente, sob um outro aspecto. “Há uma perspectiva favorável à eleição do Ciro e, com isso, o Paraná teria uma oportunidade de alcançar uma posição histórica, que é eleger um vice-presidente da República. É uma perspectiva importante para o Estado”, analisou. O senador disse ainda que se for chamado cogita a possibilidade de fazer uma pesquisa para saber o que a opinião pública acharia de uma possível troca.

O senador Osmar Dias (PDT), candidato à reeleição, foi apontado ontem como um provável sucessor do irmão, caso Álvaro realmente retire sua candidatura ao governo para compor a chapa de Ciro Gomes. Osmar disse que somente irá se posicionar a respeito se houver uma formalização do convite a Álvaro. “Não quero manifestar publicamente minha posição enquanto não houver nada de concreto. Se o convite for feito, quem deve analisar é o Álvaro, porque isso seria uma mudança radical no seu projeto político-eleitoral”, declarou.

O deputado estadual Augustinho Zucchi (PDT) demonstrou entusiasmo com a possibilidade: “É uma deferência especial para o Paraná a possibilidade de ter um representante como vice de um candidato em ascensão no gosto popular. Sou favorável a que o Álvaro aceite este convite”, comentou. “Mas claro que ele vai ter que analisar bem o convite, porque usufrui de uma posição confortável na sucessão estadual. É uma decisão de foro íntimo.”

PPS reage com ironia ao boato

O secretário-geral do PPS, Rubico Camargo, comentou com ironia as versões fantasiosas de que Álvaro Dias (PDT/PPB) poderia ser o vice de Ciro Gomes. “É só factóide, produzido habilidosamente pelo próprio Álvaro para ganhar espaço na mídia”, disse Camargo. “Aliás, o Ciro encarregou-se de negar que esta bobagem tivesse alguma procedência”, acrescentou.

O dirigente do PPS informou que, diferentemente dos boatos espalhados na segunda-feira, não houve nenhuma reunião entre Ciro e Álvaro para discutir o assunto. “O que houve foi um encontro, no Rio, reunindo José Carlos Martinez, Leonel Brizola e Roberto Jefferson para discutir a situação do Paulinho”, disse Camargo, referindo-se ao vice de Ciro Gomes.

Camargo disse não acreditar nas afirmações de outros grupos oposicionistas de que, caso se confirmasse a indicação de Álvaro para a vice, a candidatura a governador pela coligação trabalhista-malufista seria disputada pelos pepebistas José Janene e Tony Garcia.

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