O vice-presidente da República, José Alencar, reforçou o coro petista que pede uma nova constituinte para que se tenha uma verdadeira reforma política e tributária no Brasil.
Na noite de segunda-feira, ao participar da cerimônia de posse da diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) para o quadriênio 2007-2011, Alencar declarou que essa é a melhor alternativa para que as reformas realmente ocorram e não atrapalhem o andamento dos trabalhos do Congresso Nacional.
?As reformas não vão sair enquanto dependerem do Congresso Nacional e esse assunto também acaba atrasando o trabalho dos parlamentares. Por isso que o bom senso acena para a convocação de uma nova constituinte, com outras pessoas eleitas pelos cidadãos para representá-los na elaboração de uma nova constituição?, declarou Alencar. ?O Brasil precisa disso para atingir seu potencial de crescimento sustentável?, reconheceu.
As declarações do vice-presidente ocorreram na seqüência de alfinetadas dadas pelos industriais em seus pronunciamentos. Em seu discurso de posse, o presidente reeleito da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, criticou duramente a carga tributária brasileira e defendeu o fim da CPMF, segundo ele, ?um imposto que só interessa ao governo, pois não traz nenhum benefício para os empresários e nem para os cidadãos?.
Alencar reconheceu que a CPMF é um imposto injusto e chegou a declarar que ?não há um homem no governo federal a favor da CPMF?. No entanto, o vice-presidente fez um apelo à platéia de mais de 1300 industriais. ?Mas não há como abrir mão dessa contribuição agora. É questão de equilíbrio orçamentário. Seria uma irresponsabilidade não prorrogar a CPMF agora, com conseqüências econômicas irreparáveis?, disse, para depois explicar como o governo pretende, no futuro, extinguir a contribuição. ?Já estamos preparando, e já apresentamos aos governadores nossa proposta de reforma tributária. Criaremos o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), que extinguirá diversos tributos, como a própria CPMF, além do IOF, IPI e PIS/Cofins.?
Representando o presidente Lula na posse de Rocha Loures e dos demais membros de sua diretoria, José Alencar trouxe uma mensagem de parceira do governo federal com a indústria paranaense, que, para ele, é um exemplo de desenvolvimento para o Brasil. ?Admiro o espírito empreendedor do paranaense, capaz de, em poucas décadas, colocar o Estado na linha de frente do crescimento econômico.?