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Acusações brabas na Assembleia Legislativa de Curitiba

O deputado estadual Cleiton Kielse (PEN) acusou, na tarde de ontem, alguns parlamentares de impedirem a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as concessionárias de pedágio do Paraná. Pela manhã, Kielse pediu à Polícia Federal que instaure inquérito policial para apurar a autoria e a materialidade dos fatos. Segundo o parlamentar, houve crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, corrupção passiva, fraude em licitações e doações milionárias em períodos eleitorais em 2002, 2006 e 2010.

O parlamentar do PEN aponta que, nos 14 anos de concessão nas estradas do Estado, aproximadamente R$ 20 bilhões foram arrecadados e apenas R$ 2 bilhões investidos. “Se tivessem investido 50% desse valor já teríamos duplicado toda a estrutura do Anel de Integração do Paraná”, cita. Kielse acusou o deputado estadual Ney Leprevost de receber R$ 1 milhão em doação de pessoas ligadas a pedageiras. Segundo ele, essa verba veio das construtoras Triunfo, CR Almeida e J. Malucelli. O deputado também denunciou que o procurador-geral da Assembleia, Luiz Carlos Caldas, teria beneficiado a irmã quando foi autor de parecer que determinou, em 2011, o arquivamento do pedido de CPI dos pedágios. Maria Luiza Caldas era funcionária da Casa e, segundo Kielse, exerce papel diretivo em duas concessionárias.

Não poupa ninguém

Conforme Cleiton Kielse, o deputado estadual Plauto Miró (DEM), ex-genro do dono da concessionária Ecovia, participou da mesa executiva que vetou a instalação de CPI. O parlamentar do PEN também acusa o deputado estadual Ademar Traiano (PSDB) de sequer apresentar o relatório do primeiro pedido de instalação da CPI do pedágio, em 2003. Kielse não poupou o atual presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), por causa do excesso de conivência da mesa executiva com as concessionárias e por também ter sido nomeado membro da primeira CPI.

Defesa com mais ataques

Em entrevista, Ney Leprevost (PSD) admitiu que recebeu dinheiro de empresários, seus amigos pessoais, na última campanha, mas negou que a verba tenha vindo de qualquer concessionária. “Tenho amigos pessoais que acreditam na minha credibilidade. Recebi o dinheiro de empresários e estou colocando à disposição, a prestação de contas da campanha para o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União”, apontou. O parlamentar explicou que retirou sua assinatura no pedido de instalação de CPI do Pedágio por entender que Kielse queria apenas ganhar dinheiro e achacar as concessionárias do Paraná. “O Kielse é achacador, um bandido dentro do Poder Legislativo. Estou pedindo proteção policial, pois temo pela minha vida e da minha família. A história da família Kielse é tenebrosa, pois são envolvidos com pistolagem e grilagem de terra”, atacou.

O presidente da Assemleia, Valdir Rossoni, disse que as acusações de Kielse são uma tentativa de denegrir sua imagem na véspera da eleição da mesa executiva. Rossoni prometeu encaminhar as denúncias ao Conselho de Ética da Casa.

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Leprevost: proteção.
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