Polícia prende mais um auditor fiscal que extorquia caminhoneiros

O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) prendeu mais um acusado de participar de esquema entre auditores fiscais da Receita Estadual e funcionários da Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar), acusados de concussão (extorsão feita por funcionário público), prevaricação (não atender aos deveres da função) e formação de quadrilha. Ivan Carlos dos Santos, 51, é auditor da Receita Estadual e estava foragido há cerca de um mês. Ele passou a ser investigado após a Polícia Civil, em parceria com o Ministério Público Estadual, deflagrarem a Operação Integridade, no dia 17 de julho, para desbaratar o esquema.

?Ivan morava em União da Vitória e, desde que passou a ser investigado, não soubemos mais de seu paradeiro. Nos últimos dias, descobrimos que estaria morando em Florianópolis (SC) com a família. Contamos com a ajuda da Polícia Federal para encontrar o endereço do auditor fiscal, que estava em uma casa emprestada por seus parentes para se esconder da polícia?, disse a delegada Sônia Maria Baggio, do Nurce.

Santos é acusado de participar ativamente das exigências de propinas de caminhoneiros e empresas de transporte com irregularidades. Ele foi preso nesta quarta-feira (04), na casa onde morava há cerca de um mês com a família, em Florianópolis (SC), na Praia dos Ingleses. Participaram da prisão policiais do Nurce e da Polícia Federal, que trouxeram o auditor para Curitiba. ?Com a prisão dele acreditamos que fatos novos podem surgir para prosseguirmos as investigações?, disse a delegada.

Corrupção

De acordo com o delegado Agenor Salgado, titular da delegacia de União da Vitória, que trabalhou na Operação Integridade, a quadrilha é investigada há cerca de seis meses pelo Ministério Público Estadual. Segundo as denúncias, as vítimas dos auditores eram geralmente motoristas de caminhão e empresas que transportavam cargas com irregularidades. ?Os auditores paravam os motoristas no posto da Receita Estadual Ariovaldo Huergo, em General Carneiro. No momento em que constatavam alguma irregularidade, extorquiam os caminhoneiros?, explicou Salgado. O delegado conta que os valores variavam de R$ 300  até R$ 15 mil, dependendo da empresa.

Durante a operação do dia 17 de julho, foram presos Edson Rosa Fernandes, Hsu Keng Wei, Luís Carlos Maceno, Genóbio Eduardo Jaime Rivero, José Luis da Silva, Laurito Francisco Lemes e o funcionário da Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar), Vilmar Correia de Mello. Com eles, a polícia apreendeu notas e documentos fiscais, computadores, disquetes, vários documentos relacionados a infrações e diversas armas de fogo.  Entre elas, um revólver calibre 357 de uso proibido. No dia seguinte, Orlando Wiczorkowski, 43 anos, funcionário da Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar), foi preso em São Mateus do Sul, também acusado de participação nos crimes.

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