Poção milagrosa

O motor do crescimento econômico e do desenvolvimento linear dos países, a globalização e a liberalização, não cumpriu o principal objetivo bombasticamente alardeado por seus defensores na diminuição da pobreza e desigualdades sociais nas últimas décadas.

Um livro lançado recentemente pela ONU (Um mundo plano, grandes disparidades), editado por Jomo Sundaren, secretário-geral adjunto para o Desenvolvimento Econômico, e Jacques Baudot, economista especializado em temas ligados à globalização, esclarece que o modelo ditado pelo pensamento único não conseguiu remover os obstáculos mais comezinhos da formulação neoliberalista.

Baudot revelou que a redução da desigualdade não pode ser separada de temas como a pobreza e a falta de empregos, propondo um esforço conjunto para retomar a discussão a partir dessa idéia.

Na maioria das vezes os programas que visam reduzir o desequilíbrio social facilitam a adoção de estratégias nacionais e regionais prejudiciais ao meio ambiente, comprometendo ainda mais os níveis de qualidade de vida da população pobre.

Houve alguma melhora, segundo o livro, na distribuição das receitas individuais graças ao crescimento econômico na China e na Índia, mas mesmo assim a repartição da riqueza mundial permaneceu nos níveis dos últimos vinte anos do século passado.

Portanto, constatou a ONU, a poção milagrosa da globalização acabou causando efeitos colaterais irrecuperáveis no Terceiro Mundo.

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