PM é morto a tiros em Praia Grande, litoral de São Paulo

O segundo-tenente reformado da Polícia Militar Nilton Santos Ramos, de 55 anos, foi morto a tiros ontem à noite, em sua casa, no bairro Caieiras, periferia de Praia Grande (litoral de SP). De acordo com a polícia, quatro homens encapuzados chegaram à casa do PM procurando pela vítima. O filho de Ramos, de 16 anos, foi chamá-lo. Ao atender, Ramos foi rendido e levado para o fundo da casa. Lá, os desconhecidos dispararam vários tiros.

O policial ainda recebeu um corte na cabeça, não se sabe se foi com faca ou golpes de machado. Na Baixada Santista, foram mortos três vigias. Desde a noite de terça-feira, quando tiveram início os atentados do PCC a alvos civis e de segurança do Estado, a Polícia Militar prendeu 64 pessoas e matou três suspeitos em confronto, segundo balanço divulgado ontem pela corporação. A Secretaria da Segurança Pública, porém, não atualizou outras informações e, com isso, o número oficial de vítimas dos ataques permanece em seis pessoas.

Ontem, pelo menos 12 cidades registraram algum tipo de ataque. Somados aos números oficiais de anteontem, 140 alvos foram atingidos desde a retomada das ações do PCC. Às 22h30, dois ônibus foram atingidos por tiros na Avenida Sapopemba, zona leste. Não houve feridos. A polícia não soube afirmar se tratava de mais um ataque do PCC.

O maior número de prisões ocorreu no interior. Foram 41 detenções. Só em Sorocaba, a PM prendeu 11 pessoas em dois grupos. Com o primeiro, que tinha sete integrantes, os policiais encontraram drogas, quatro coquetéis molotov, três galões de gasolina e outras três garrafas de refrigerante com o combustível. Mais nove pessoas foram detidas no litoral e quatro na região metropolitana. Na capital, a PM prendeu dez, incluindo um menor e um foragido.

Nos dados não estão prisões feitas pela Polícia Civil, como a de uma dupla que tentou explodir uma bomba no 24º DP, na Ponte Rasa zona leste da capital, ontem de madrugada. Por sinal, o período entre a noite de quinta-feira e a de ontem foi mais tranqüilo em comparação com os dias anteriores. Mas 15 ataques foram registrados até o início da manhã. À tarde, um ônibus foi queimado em Santo André, na Grande São Paulo.

Na capital, o escrivão do 92º DP, João Correia Neves, de 56 anos foi ferido à bala na noite de anteontem, no Jardim Nakamura, zona sul. Ele estava numa padaria quando dois homens chegaram num Voyage. Um deles saltou e disparou várias vezes.

Na zona leste, eram 2h28 quando o delegado do 24º DP (Ponte Rasa) Diogo Dias Zamut ouviu um diálogo da janela da sala que ocupa há quatro meses: ?Vai, mano, taca fogo, vai.? Ele pegou a pistola e foi ao jardim, onde estavam dois jovens. ?Cheguei no momento em que eles acendiam um cigarro que funcionaria como pavio. Dei dois ou três tiros e eles correram.? Eles encheram uma garrafa com pólvora e pregos, embrulhada por uma página de revista com o título: ?Pobreza amplia a tragédia?.

Alexandre Tomazinho, de 20 anos, e Raphael Soares dos Santos Ferreira, de 19, foram detidos por investigadores do 63º DP. Acusado de integrar o grupo que incendiou um ônibus na Vila Madalena, zona oeste, na quarta-feira, Fábio Antônio Silva dos Santos, de 24 anos, foi preso anteontem em Pinheiros.

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