Plano nacional de prevenção ao suicídio deve incluir mídia e internet

Brasília – O plano nacional de prevenção ao suicídio pretende incluir estratégias voltadas para a mobilização de veículos de comunicação e internet. As diretrizes estão sendo elaboradas por um grupo de trabalho formado por representantes do governo, de entidades da sociedade civil e por universidades públicas e privadas.

?Suicídio ainda é um assunto tabu, e uma das perguntas que se coloca é: falar sobre isso entre os jovens estimula o suicídio? Publicar notícias a respeito também? A resposta é uma só: depende da forma de falar e noticiar?, diz o psiquiatra Marcelo Tavares, coordenador do Núcleo de Intervenção em Crise e de Prevenção do Suicídio da Universidade de Brasília (UnB).

Ele cita de exemplo a maneira como a morte do roqueiro Kurt Kobain, líder da banda Nirvana, foi noticiada pela imprensa, nos anos 90. ?Um dos problemas é quando esse tipo de informação é glamourizada pela imprensa. No caso de Kurt Kobain não houve isso, então, também não houve conseqüências negativas a partir da publicação da notícia?.

Em relação à internet, as estratégias já saíram do plano das idéias. Na semana passada, mais de 400 profissionais de saúde assinaram uma carta de intenções pedindo maior controle dos meios eletrônicos para diminuir os riscos de incentivo ao suicídio na internet. Os especialistas se motivaram nos recentes casos de suicídio no Brasil que aconteceram a partir de contato pela intenet e por sites de relacionamentos.

A carta, baseada no estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), será entregue à Comissão de Seguridade Social e da Família da Câmara dos Deputados Câmara dos Deputados, ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Conselho Nacional de Juventude e à representação do site Orkut no Brasil.

O documento foi firmado durante o 1º Seminário Nacional de Prevenção ao Suicídio, que terminou na última sexta-feira (18), em Porto Alegre.

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