Planalto reage a tucanos e sugere investigar era FHC

O Palácio do Planalto reagiu de forma dura aos ataques tucanos do fim de semana. Depois de participar da reunião de coordenação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, propôs ontem a investigação das "privatizações selvagens" do governo FHC. Ele disse que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, não tem equilíbrio emocional e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desrespeita a liturgia do cargo. "A candidatura dele (Alckmin) está numa situação desesperadora, pois não empolga nem os próprios correligionários", argumentou

Tarso ironizou uma afirmação de Alckmin, que em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo declarou que faria uma devassa no governo Lula. "Confesso que nós vimos com muita satisfação essa postura dele em relação à devassa, daí pode ser que seu partido concorde em que se faça uma devassa, por exemplo, sobre as privatizações selvagens e se houve ou não compra de votos para a reeleição", disse o ministro

Em discurso durante a convenção tucana, realizada no domingo em Belo Horizonte, o candidato do PSDB elevou o tom contra o governo petista. "Onde está o chefe dos 40 ladrões?", perguntou, numa referência aos 40 acusados pelo Ministério Público no esquema do mensalão. Fernando Henrique, por sua vez, disse que Lula chefia um governo de "mãos sujas"

Baixo Nível

"São agressões inaceitáveis, que ofendem a opinião pública e o povo brasileiro, de uma pessoa que já exerceu a Presidência da República e de outra que gostaria de exercer", criticou Tarso ontem. "Esperamos que não vingue o debate de baixo nível, que só favorece quem não tem propostas para governar o País e quem tem medo de comparações, pois desvia o foco das grandes questões estratégicas.

A uma pergunta sobre o motivo de o governo Lula não ter feito uma devassa nas contas da administração anterior, Tarso preferiu responsabilizar o PSDB – argumentou que na era FHC os tucanos se posicionaram contra a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar as denúncias de irregularidades nas privatizações

O ministro disse que Alckmin está abandonando o temperamento "tranqüilo" para tentar minimizar a crise na própria candidatura que não estaria conseguindo unir o PSDB e o PFL. "A saída que eles encontraram para isso foram ofensas de baixo nível e baixo calão.

Tarso reafirmou a decisão dos petistas de comparar os governos FHC e Lula. "Vamos continuar comparando, sim, o governo do presidente Lula com o governo anterior, do PSDB", disse. "Essa comparação, se o presidente Lula for efetivamente candidato, é que vai determinar uma posição da população.

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