PIB maior altera carga tributária, dívida e superávit

Os indicadores feitos como proporção do PIB devem ser revistos para baixo com a mudança de metodologia do IBGE e devem influir também nas projeções para os próximos anos. A primeira conseqüência foi a alteração da taxa de investimentos em relação ao PIB, recalculada pelo IBGE de 19,9% do PIB para 16,3% do PIB em 2005, também devido a uma percepção de que o setor de construção civil era menor do que se pensava. Também devem cair os indicadores de carga tributária, dívida pública, superávit primário, gastos públicos de educação e saúde e outros, sempre como proporção do PIB.

Com as novas informações que foram incluídas na pesquisa do IBGE descobriu-se que o PIB dos anos passados era maior do que se pensava e, assim, a base para o crescimento do ano passado, para este e o que se espera para os próximos também. O PIB de 2005 na série anterior era de R$ 1,997 trilhão e passou para R$ 2,148 trilhão. Como o total de tributos arrecadados, por exemplo, não se alterou, quando se divide isso pelo novo número do PIB, a carga tributária cai em relação aos números anteriores.

Os valores da dívida pública divididos pelo PIB na nova metodologia também resultarão em um porcentual menor, assim como a economia feita pelo setor público para que ela caia, ou seja, o superávit primário. A magnitude do superávit primário pode ser menor quando a dívida pública também é menor. A alteração nas mesmas proporções não muda o efeito na prática.

O governo deve ter trabalho com as programações feitas com base em proporções do PIB. A meta atual de 4,25% do PIB para o superávit primário, por exemplo, significará um valor em reais muito maior para ser cumprida. Essa meta ficará relativamente alta em relação à própria dívida e também ao orçamento do governo, já que as receitas em real não vão subir.

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