PF já executou 11 mandados de prisão em ação ao tráfico na fronteira

Manaus – A Polícia Federal já cumpriu 11 dos 20 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça Federal em uma ação de combate ao tráfico internacional de drogas na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. ?Os detidos pertencem a duas quadrilhas rivais, que disputam mercado?, disse nesta segunda-feira (4) à Radiobrás o delegado federal em Tabatinga (AM) Giovanni Vicente Lopes.

A ação dos policiais federais começou na última quarta-feira (30), incluindo ainda o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão e quatro seqüestros de bens. ?Já apreendemos um automóvel de luxo e uma motocicleta. Estamos em busca dos outros três bens móveis?, afirmou Lopes. ?Os bens seqüestrados eram imóveis adquiridos aqui em Tabatinga com dinheiro obtido em ações criminosas: dois hotéis de luxo, uma casa [incendiada criminosamente na madrugada do último sábado] e um sítio?.

O delegado revelou que uma quadrilha é comandada pelo traficante colombiano Gallero, com comando centralizado em Tabatinga e atuação no Brasil e Peru. A outra é liderada pelos colombianos Arturo Quintero e Lurdes Ico, com sede em Letícia (Colômbia) e atuação prioritária no Brasil. Tabatinga, que fica a 1.105 quilômetros de Manaus, em linha reta, é vizinha a  Letícia: para passar de uma cidade a outra, basta atravessar uma rua.

?Há indícios de que a quadrilha do Gallero contratava pistoleiros das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)",  afirmou Lopes. ?Eles são bem treinados e provavelmente eram usados em execuções?.

O delegado ponderou que, apesar de haver 20 mandados de prisão preventiva (que, diferentemente da prisão temporária, não tem prazo predeterminado), eles se referem a 19 pessoas ? porque uma delas está citada em dois processos. Lopes divulgou o nome de apenas um dos oito  suspeitos que continuam foragidos: Fabian Arturo García. ?Estamos agora confirmando a informação de que ele foi assassinado em Benjamin Constant?, acrescentou.

Dos 11 detidos, quatro estão na Colômbia: Candelário Porras dos Santos e Vicente Sierra Portella foram presos em Bogotá; Júlio Cérsar Ramos Moreno e William Saá Chacon, em Letícia. Os sete que estão no Brasil se dividem entre Tabatinga e Manaus: o advogado João Carlos Pinto, o policial militar Márcio Jander Luzeiro da Rocha e os traficantes Vanuza Pinto de Araújo, Manuel José Barbosa Fonseca, Josimar Sabino Rodrigues, Izabel Pires dos Santos e Sebastian Cruz Anquilo.

Eles foram indiciados pelos crimes de associação para o tráfico internacional de entorpecentes, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e lavagem de dinheiro. O advogado foi indiciado ainda por fraude processual e o policial militar, por prevaricação (crime cometido pelo servidor público quando ele faz ou deixa de fazer algo em proveito próprio e em detrimento do interesse público).

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